IMPULSO POSITIVO

Desconstruir o paradoxo do envelhecimento

A revista Impulso Positivo celebrou o primeiro aniversário promovendo uma conferência subordinada ao tema «Envelhecimento Positivo, desafios e possibilidades em Portugal», que teve como orador convidado o sociólogo Manuel Villaverde Cabral. A cerimónia decorreu nas instalações da Santa Casa da Misericórdia do Porto e, para além do estudioso social que preside ao Instituto do Envelhecimento da Universidade de Lisboa, contou ainda com as participações de Rui Vilar, presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, de António Tomás Correia, presidente do Montepio Geral, de Rui Diniz, administrador da José de Mello Saúde, o anfitrião António Tavares, provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto, e, claro, com moderação de Raquel Franco Santos, directora da Impulso Positivo.
Perante uma plateia repleta de representantes de instituições sem fins lucrativos e dos sectores empresarial e público, Manuel Villaverde Cabral abordou a questão do «Envelhecimento em Portugal», revelando aos presentes alguns dados sobre os estudos que estão a desenvolver no Instituto do Envelhecimento, para além de uma abordagem mais sócio-filosófica da questão.
O estudioso sustentou que “no Instituto do Envelhecimento se pretende contribuir para a sociologia do envelhecimento” e que tal passa forçosamente por “desconstruir o paradoxo do envelhecimento”, que “compreende um factor assumido pela sociedade como positivo (longevidade) combinado com a fraca natalidade, o que gera consequências gravosas”.
A tarefa da sua equipa incide sobre “três planos, os dos riscos da longevidade, os riscos à sustentabilidade dos modelos de Segurança Social e ainda os riscos e custos associados às relações inter-geracionais”, referiu o sociólogo, alertando que “a solução passa por políticas de natalidade promovidas junto dos jovens”.
Segundo Manuel Villaverde Cabral, “o envelhecimento e natalidade têm que ser pensados em conjunto”, deixando a mensagem de que os portugueses estão mais conscientes de que têm que cuidar o seu envelhecimento, que, para o sociólogo, “não é apenas físico, biomédico ou etário, é muito de sócio-cultural”.
Terminadas as intervenção de Manuel Villaverde Cabral, seguiu-se um período de breves testemunhos prestados por Rui Vilar, da Fundação Calouste Gulbenkian, António Tomás Correia, Montepio Geral, Rui Diniz, José de Mello Saúde, e António Tavares, Santa Casa da Misericórdia do Porto, sobre o papel que as suas instituições exercem nesta “revolução grisalha”, como lhe chamou o provedor da SCMP.
No final, a UDIPSS Porto, juntamente com mais sete entidades, assinou um protocolo de financiamento para o «Projecto MAIS – mais acção e inovação social», que pretende capacitar as IPSS do distrito.
UDIPSS do Porto, TESE – Associação para o Desenvolvimento, Impulso Positivo e Católica Porto Business School promovem a acção de formação e consultadoria, que tem financiamento da Accenture, Fundação Porto Social, Fundação Calouste Gulbenkian e Montepio Geral.

P.V.O.

 

Data de introdução: 2012-04-05



















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