A Confederação Portuguesa do Voluntariado (CPV) quer assinalar o Dia Internacional dos Voluntários,
celebrado, por decisão das Nações Unidas, a 5 de dezembro, realçando o importante papel que
milhares de homens e de mulheres desempenham, no nosso país, na promoção de causas cruciais para
a valorização dos seres humanos em todas as suas dimensões, para a proteção da natureza e para a
defesa do nosso património cultural e artístico, com uma generosidade alicerçada na gratuitidade.
O voluntariado é um dos recursos mais significativos da sociedade portuguesa para a prática da
solidariedade e como facilitador de resiliências. A prová-lo está o contributo que está a ser dado pelos
voluntários e voluntárias, através das instituições onde realizam a sua ação, para a superação de
tantas dificuldades por que estão a passar inúmeras famílias como consequência da grave crise
económica e financeira que atinge dramaticamente o nosso país.
Se a crise tem exigido maiores esforços ao voluntariado no que respeita à dádiva do tempo, à procura
de meios, ao reforço da criatividade na descoberta de soluções, ela também se apresenta como uma
oportunidade para, em primeiro lugar, se rasgarem novos caminhos na direção de uma maior unidade
em torno de objetivos fundamentais para a superação das grandes dificuldades que atravessamos,
porque sem o contributo de todos – não só do voluntariado social, mas de todos os outros – será
impossível consegui-lo em definitivo. A crise convida-nos, por isso, a aprofundar, na prática e na teoria,
o papel do voluntariado, não tanto como um setor complementar de outros, mas sobretudo como
dinamismo que pode existir em todos os outros e em todos os cidadãos e cidadãs que se sentem
corresponsáveis pelo bem comum.
É evidente que as organizações de voluntariado têm uma missão incontornável na motivação,
capacitação e envolvimento dos seus colaboradores e colaboradoras para o exercício ativo da
cidadania. Neste tempo, todas são convidadas - sobretudo as que trabalham mais diretamente com os
problemas sociais – a tornarem mais qualificado o exercício da sua atividade, conjugando a ação
assistencial com a promocional e o desenvolvimento sócio local; a fazerem o registo e a recolha
estatística dos dados relativos aos casos atendidos e acompanhados para que se possa ter uma noção
mais objetiva da realidade; a refletirem em comum acerca dos que se apresentem sem solução e
intervenham, junto dos centros de decisão política, ou outros, a fim de que as soluções se tornem
possíveis. Agindo agir deste modo, o voluntariado daria uma colaboração decisiva para minorar ainda
mais tanto sofrimento que grassa escondido pelo nosso país.
Eugénio José da Cruz Fonseca, Presidente Confederação Portuguesa do Voluntariado
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