Com o objectivo de coligir, divulgar e promover o que de bem muitas IPSS fazem por esse Portugal ao nível do Serviço de Apoio Domiciliário (SAD), resposta social em crescimento e cada vez mais incentivada face às enormes vantagens para os utentes, a CNIS elaborou um Manual de Boas Práticas do SAD, que dentro em breve estará disponível em formato digital no site da CNIS (www.cnis.pt).
Filomena Bordalo, assessora da CNIS, explicou ao SOLIDARIEDADE a origem e o processo que conduziu à elaboração deste documento, que não está fechado, esperando agora os responsáveis da Confederação que outros contributos possam chegar para que a melhoria dessa resposta social possa ser um facto e, muito importante, possa contagiar todas as instituições.
O Manual de Boas Práticas do Serviço de Apoio Domiciliário é uma iniciativa que resulta do Acordo estabelecido entre a CNIS e o IEFP.
SOLIDARIEDADE - Como surgiu a ideia de fazer este Manual de Boas Práticas do SAD?
FILOMENA BORDALO - A grande motivação foi centrada na importância que esta resposta social tem. Esta resposta é muito importante, especialmente, para os idosos que dela beneficiam e, por outro lado, foi também o corresponder a uma prioridade que é dada a esta resposta em termos do trabalho que as instituições fazem. E também em termos de uma política de, até ser possível, manter o mais tempo possível os idosos no seu habitat natural. Nesse contexto tem que ser prestado o melhor serviço, dar as melhores respostas sempre centradas e adequadas às necessidades do idoso.
O propósito é contagiar todas as instituições com essas boas práticas?
Exactamente, o propósito desta iniciativa foi reconhecer que importa o que se faz, mas importa muito também como se faz, a forma como se faz, porque isso pode fazer toda a diferença. E, por outro lado, ao reconhecer o como se faz e ao divulgá-lo, servirá também de fonte de inspiração a outras instituições, que também têm competência e capacidade para melhorar e qualificar mais os seus serviços. Isto também é importante, porque acaba também por ser um estímulo para a formação e a qualificação de mais competências das equipas que fazem apoio ao domicílio.
Referiu a importância desta resposta. Actualmente, e face ao envelhecimento da população e à limitação em termos de Estruturas Residenciais para Idosos, esta é uma resposta em crescimento?
É uma resposta que tende a crescer e tende a ter um outro aspecto muito importante que é a qualificação dos cuidadores que estão em casa, ou seja, dos familiares. O fenómeno do desemprego tem provocado que alguns familiares, ao ficarem em casa, já podem cuidar mais e melhor dos seus pais, sogros ou tios e, portanto, a qualificação destes cuidadores também é um novo desafio que se prende com esta resposta. Não podemos esquecer que esta é uma resposta que tem um leque muito grande de serviços… De uma maneira geral não tem um acompanhamento de 24 horas, em alguns casos com as boas práticas até tem, mas geralmente não tem, e por vezes completa o apoio que é prestado por familiares. Daí que esta qualificação dos familiares é um novo desafio que se coloca às instituições.
Como foi a resposta das IPSS contactadas para emprestarem o seu contributo à elaboração deste Manual de Boas Práticas?
Muito boa… Acabámos por selecionar algumas instituições e essa escolha nasceu essencialmente de um conhecimento directo e também dos encontros que a CNIS organizou para explicar o Protocolo de Cooperação 2013/2014, que introduz algumas alterações no Apoio Domiciliário. Durante essas reuniões algumas instituições colocavam questões sobre esta resposta social, o que denotava já uma certa vontade de fazer melhor, ou porque já estavam a fazer e queriam saber como é que isso podia ter continuidade, ou porque denotava esse aspecto. Depois, elaborámos um guião, um questionário, um inquérito que definia os parâmetros e, de seguida, contactámos essas instituições e as Uniões Distritais também, para nos assinalarem IPSS que no seu entender tivessem boas práticas ao nível do Apoio Domiciliário, e foi com esse pequeno grupo que iniciámos este trabalho que nunca está terminado. Este é um trabalho apenas de referência e para servir de inspiração. Ele agora vai ser divulgado em suporte digital no site da CNIS e vai ser, espero eu, sempre acrescentado…
Portanto, este não é um documento fechado?
Esperamos que outras boas práticas que existam e nós não conhecemos nos sejam enviadas para podermos acrescentar ao trabalho feito até aqui. Tínhamos que ter um ponto de partida, que é este, e agora vamos melhorá-lo, acrescentá-lo e aprofundá-lo.
Data de introdução: 2013-08-05