A taxa de desemprego em Portugal foi de 16,3% em Setembro deste ano, ligeiramente abaixo dos 16,5% registados em Agosto e dos 16,4% verificados um ano antes, de acordo com o Eurostat, a organização de estatística da União Europeia. Portugal mantém a quinta taxa de desemprego mais elevada da União Europeia, apenas atrás da Grécia (27,6%), da Espanha (26,6%), da Croácia (17,2%) e de Chipre (17,1%).
O ministro do Emprego apontou como sinais que "dão esperança e confiança" estes dados do Eurostat. Em declarações aos jornalistas, na Assembleia da República, questionado se esta descida é sustentável, Pedro Mota Soares limitou-se a afirmar que o executivo fará tudo o que puder "para promover medidas activas de emprego, para promover a contratação" e que isso "é a primeira prioridade do Governo". Interrogado sobre uma eventual revisão do quadro macroeconómico, o ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social respondeu: "Os dados que estão inscritos no Orçamento do Estado para 2013 são dados que são dados recentes, são dados que são dados prudentes, não há nenhuma justificação para que essa expectativa seja neste momento alterada".
A previsão de taxa de desemprego mais recente do Governo para 2013, inscrita no Orçamento do Estado para 2014, é de 17,4%.
Classificando o desemprego como "o maior problema económico e é o maior drama social que Portugal tem", o ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social considerou positivo que, "nos últimos oito meses, a taxa de desemprego se tenha vindo a reduzir" e que, "pela primeira vez em cinco anos, o desemprego desça, não só relativamente ao mês anterior, mas relativamente ao ano anterior".
Mota Soares assinalou que, segundo o Eurostat, "a taxa de desemprego em Setembro de 2013 é inferior àquela que era em Setembro de 2012", acrescentando: "Estes sinais positivos dão esperança e confiança de continuarmos a trabalhar exactamente para podermos ajudar a criar mais postos de trabalho, podermos combater o desemprego, podermos promover contratação, que é a primeira prioridade do Governo".
MAIS DESEMPREGADOS SEM SUBSÍDIOS
O número de desempregados a receber prestações de desemprego em Setembro aumentou, ultrapassando os 390 mil, revelam dados da Segurança Social, que mostram que mais de metade das pessoas sem trabalho continuam sem este subsídio. De acordo com os últimos dados disponibilizados na página da internet da Segurança Social, o Estado atribuiu em Setembro 390.477 prestações de
desemprego, mais 3.351 do que em Agosto (387.126) e menos de metade dos 877 mil desempregados que o Eurostat contabilizou nesse mês.
Sem receber este subsídio do Estado em Setembro ficaram 487 mil dos desempregados registados pelo Eurostat em Agosto (últimos dados disponíveis), ou mais de metade dos 877 mil desempregados registados pelo gabinete oficial de estatísticas da União Europeia.
Os números da Segurança Social incluem o subsídio de desemprego, subsídio social de desemprego inicial, subsídio social de desemprego subsequente e prolongamento do subsídio social de desemprego, prestações que atingiram em Setembro o valor médio de 485,33 euros, face aos 505,03 euros observados um ano antes.
O Porto é o distrito com o número de beneficiários com prestações de desemprego mais elevado, tendo sido em setembro atribuídos subsídios a 86.475 pessoas. Segue-se o distrito de Lisboa, com 78.701 desempregados a receber prestações de desemprego.
Os beneficiários do sexo masculino são em número superior (199.969 pessoas), em relação aos do sexo feminino (190.456).
MAIS 9 MIL PERDEM RSI
Mais 9.381 pessoas perderam o Rendimento Social de Inserção (RSI) entre Agosto e Setembro, totalizando 255.501 beneficiários, segundo dados do Instituto da Segurança Social (ISS). De acordo com os dados da Segurança Social (ISS), em Setembro havia 255.501 pessoas a receber o Rendimento Social de Inserção, contra os 264.882 beneficiários desta prestação social no mês de Agosto, o que significa uma diminuição de 3,6 por cento.
Esta tendência verifica-se desde que entraram em vigor as novas regras de atribuição das prestações sociais e já fez com que desde Julho de 2012 mais de 45 mil pessoas perdessem o direito a receber o RSI. Em relação ao período homólogo do ano passado, em que existiam 291.631 beneficiários, 36.130 pessoas deixaram de ter acesso a esta prestação social, o que representa uma redução de 14%.
Os dados do ISS, actualizados a 01 de outubro, referem que o maior número de beneficiários do RSI encontra-se no distrito do Porto (72.403), seguindo-se Lisboa (50.477), Setúbal (21.091) e os Açores (18.831). É também nos distritos do Porto e Lisboa que se concentra o maior número de famílias a beneficiar deste apoio, com 29.880 e 20.918, respectivamente.
Segundo o ISS, o valor médio por beneficiário aumentou de 83,07 euros, em Agosto, para 83,49, em Setembro, enquanto por família passou de 242,01 para 243,23 euros.
Data de introdução: 2013-11-02