Especialistas em planeamento familiar criticaram a falta de medidas sociais para travar a gravidez na adolescência em Portugal, o segundo país europeu com mais casos, salientando que não chega investir apenas na área da saúde.
"Precisamos de políticas sociais dirigidas às famílias e aos jovens. Isso é que vai prevenir a gravidez na adolescência e as melhorias dos cuidados perinatais", afirmou Fátima Xarepe, assistente social da Maternidade Alfredo da Costa (MAC), à margem do seminário "Meninas e Meninos do Mar", que decorre até em Lisboa.
Se estes apoios sociais não existirem, podem andar imensas equipas multidisciplinares a trabalhar estas questões que a situação social vai manter-se, com tendência a agravar-se, acrescentou.
Também presente no seminário, Sílvia Graça, representante da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, adiantou que entre 1957 e 2002 os valores dos números de gravidezes na adolescência têm-se mantido iguais em termos absolutos, "apesar do que tem sido feito". Segundo Sílvia Graça, Portugal tem a segunda maior taxa de gravidez na adolescência da União Europeia, sendo apenas superado pela Inglaterra.
Data de introdução: 2004-12-01