Há maternidades de risco em Portugal e o governo está a ponderar o encerramento de unidades do interior do país. O ministro da Saúde, Luís Filipe Pereira, afirmou que o encerramento se deve a razões clínicas e de risco para os doentes e não a questões de poupança. O facto de algumas maternidades terem poucos partos leva a uma falta de prática dos médicos que pode ser prejudicial em casos mais complicados, explicou o ministro da Saúde durante o 18/o Encontro Nacional da Pastoral da Saúde, em Fátima.
"Quando numa maternidade há apenas um parto por dia pode acontecer um caso difícil e o médico que lá está não tem prática, porque, estatisticamente, só tem casos difíceis de nove em nove meses ou de ano a ano", afirmou Luís Filipe Pereira, rejeitando as críticas de que tem sido alvo por parte de outros partidos, autarcas e utentes.
"Ao contrário do que se tem dito, aqui a questão não é uma questão economicista de poupar dinheiro", disse, sublinhando que "esta reforma não é para poupar dinheiro, é para gastar bem". Nesse sentido, a tutela solicitou, no início do ano, a uma comissão técnica que "agrupa os nossos melhores especialistas" a análise de "todos os cuidados materno-afectivos em Portugal".
Na caracterização que foi feita, é proposta o encerramento de algumas maternidades no interior do país, mas Luís Filipe Pereira nega que já exista uma decisão quanto às unidades a encerrar.
Nalgumas unidades "há uma história passada" e outras localizam- se em "regiões onde as pessoas estão muito longe do hospital", justificou o ministro, relegando para mais tarde qualquer decisão política quanto a esta matéria. No seu entender, trata-se de "um problema clínico mas é também um problema de acessibilidades e há vários aspectos envolvidos".
Data de introdução: 2004-12-07