EDUCAÇÃO

"A educação sexual é a educação dos afectos"

O médico Machado Caetano defendeu que a educação para a sexualidade deve iniciar-se ainda antes da puberdade, sem estar restringida a uma só disciplina, e sublinhou que os jovens portugueses "não estão educados" sobre a matéria.

Nas Primeiras Jornadas Sobre Educação de Jovens, Machado Caetano realçou também que a educação para a sexualidade deve estar integrada na educação para a saúde, e que constitui uma "educação da capacidade de amar", em que deve ser aprendido o respeito por si próprio e pelo outro.

O professor catedrático da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa demonstrou-se extremamente crítico sobre as estratégias seguidas em Portugal quanto à educação para a sexualidade e apontou como resultados destas a "posição incómoda" que o país tem com o elevado número de infectados pelo vírus VIH/Sida e outras doenças sexualmente transmissíveis, bem como relativamente à gravidez não desejada em adolescentes.

"A população juvenil não está capaz e adequadamente informada e não está de todo educada" sobre estes problemas, realçou Machado Caetano, chamando também a atenção de que "a maior parte dos cidadãos também não estão educados".

"É como passar na passadeira. Todos sabemos que devemos passar na passadeira, mas quantos é que passam?", ilustrou o também ex- presidente da Comissão Nacional de Luta Contra a Sida. Para obter eficácia na transmissão da mensagem, o médico defendeu que deve começar a falar-se de sexualidade "antes da puberdade, quando a criança tem a percepção dela própria e de que é diferente das outras".

"São precisos sete ou oito anos para falar disto tudo", porque a "sexualidade é muito complexa" e "não passa por uma disciplina", concluiu o médico. E "é um mito pensar que falar deste assunto acelera a sexualidade prática", criticou Machado Caetano, salientando que "pelo contrário, retarda a vida sexual activa" e desenvolve uma "sexualidade responsável".

Durante a sua intervenção, Machado Caetano procurou ainda separar a ideia de que a educação para a sexualidade seja "a educação de como fazer sexo", realçando que "não é isto que interessa".

"A educação sexual é a educação dos afectos", frisou.

 

Data de introdução: 2005-04-22



















editorial

IDENTIDADE E AUTONOMIA DAS IPSS

As IPSS constituem corpos intermédios na organização social, integram a economia social e são autónomas e independentes do Estado por determinação constitucional.

Não há inqueritos válidos.

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Eleições Europeias são muito importantes
Nas últimas eleições para o Parlamento Europeu foi escandaloso o nível de abstenção. O mesmo tem vindo a acontecer nos passados atos eleitorais europeus

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

Habitação duradoura – a resposta que falta aos sem abrigo
As pessoas em situação de sem-abrigo na Europa, em 2023 serão cerca de 900 mil, segundo a estimativa da FEANTSA (Federação Europeia das Associações...