Começa a ser preocupante a quantidade de casos de corrução e desvio de dinheiros públicos que estão a dar à costa da opinião pública, por iniciativa da comunicação social e, mais designadamente, pelo jornalismo de investigação.
Por aquilo que se vai sabendo, a procissão ainda vai no adro!
O país está a assistir, atónito, a uma luta dos vários “poderes” que constituem os alicerces da nossa democracia, a saber: poder político, poder legislativo/judicial, poder económico/financeiro e o poder mediático (da comunicação social).
A classe política/partidária, a pretexto da equidistância que considera dever manter em relação a pessoas que vestem a mesma camisola partidária, tem preferido não fazer comentários, apesar de, mais recentemente, se ter visto obrigada a distanciar-se (com grande estrondo) de comportamentos atentatórios contra a ética republicana de alguns dos seus correligionários partidários!
Porém, em face das mais que muitas denúncias apresentadas através da comunicação social, valendo-se das investigações do Ministério Público, que mostram como o poder político e legislativo tem estado refém do poder económico/financeiro, há já muitos anos de democracia, através de desvios de muitos milhões de centenas de milhões de euros do circuito económico e financeiro e de avultados investimentos do Estado, o povo começa a dar sinais de não estar disponível para continuar a assistir, calado, a tanta pouca vergonha!
As celebrações do 25 de abril e do 1 de maio, recentemente evocadas, com imensa gente nas ruas a mostrar como os portugueses apreciam e lutam pela sua liberdade, devem ser interpretadas como um sério aviso do Povo aos governantes do país, fazendo saber que não desistirá de reclamar mais justiça social, mais desenvolvimento económico, maior igualdade de oportunidades para TODOS.
Sendo verdade que existem bons indicadores económicos e um decréscimo do desemprego que conferem ao Governo e aos Empresários uma validação das suas políticas, convém não ignorar que ainda existem à volta de dois milhões de portugueses (sobretudo, pessoas idosas pobres, sós e doentes, demasiadas famílias sem retaguarda familiar para os problemas dos filhos menores em creches, centenas de milhar de jovens que, apesar de muito qualificados academicamente, não encontram um emprego que lhes garanta a necessária estabilidade para construir o seu futuro).
Desenganem-se os políticos que pensem as próximas eleições legislativas como um agradável passeio entre os eleitorados!
O ano de 2019 poderá constituir uma surpresa para toda a classe política, levando mais pessoas às urnas e fazendo opções mais conscientes e consistentes na hora de votar.
A mensagem encriptada que o Presidente da República leu no Parlamento no passado dia 25 de Abril poderá ter a ver com tudo isto…
Os 45 anos da revolução de abril poderão constituir uma oportunidade para uma nova revolução de muita gente sem vez e sem voz nas políticas do seu país que poderá decidir vir a jogo, votar e levar para o Parlamento uma nova geração de políticos capaz fazer acontecer melhor DEMOCRACIA e mais DESENVOLVIMENTO!
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