Decorridos pouco mais de 12 anos sobre a minha primeira participação na Direcção da CNIS, posição seguida de outros lugares de menor relevo e que culminou com dois mandatos como Presidente da Assembleia Geral, eis que chega o momento de deixar os órgãos sociais da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade.
Com nostalgia?
Não a negarei. Não porque receie a falta de trabalho, que esse e muito, espera-me no quotidiano.
Mas notalgia porque, quer queiramos quer não, sempre vamos criando empatias com lugares e pessoas e, de tanto ficar, até parece que os lugares já nos pertencem!
Mas não é, ou não deverá ser assim! E ainda bem!
É importante que estejamos enquanto e apenas se sente, ou outros sentem, que fazemos alguma falta!
A minha palavra é, pois de despedida, certa de que não terá sido em vão que por aqui passei.
As lutas em que nos envolvemos (e foram algumas); os momentos menos bons que vivemos ou até, por vezes e involuntariamente, fizemos outros viver; o incómodo que, eventualmente causámos, mas também a união que procurámos; tudo foram momentos de crescimento.
Poderei então dizer que, enquanto pessoa e dirigente de uma IPSS, também cresci com a CNIS.
E estou grata por isso, a todos os que comigo, ao longo desta dúzia de anos, partilharam preocupações, bem como a todas as Instituições que ajudam a dar corpo a esta Confederação.
Uma última palavra para a CNIS e os seus novos dirigentes que, naturalmente, felicito, mas a quem desejo sobretudo uma força renovada que lhes permita assumir as grandes preocupações do momento e os múltiplos problemas inerentes à difícil situação que todos vivemos.
A Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade tem de ser expressão de uma realidade única na Europa e até no mundo: a sociedade civil, unida em voluntariado procurando, gratuitamente, responder aos múltiplos problemas sociais do nosso país.
Não é demais recordá-lo: não há igual na Europa!
É assim que temos de ser respeitados, antes de tudo pelo Governo!
Exige-se uma atitude forte de definição: as IPSS fazem ou não falta no nosso país?
Muitas vezes eu penso: o que aconteceria se as IPSS parássem um dia que fosse?Importa ter atenção a esta pergunta!
Mas importa igualmente e por isso mesmo, que a CNIS, que nos representa, seja o verdadeiro parceiro que, junto do Governo, nos defenda e como tal seja reconhecida.
É a força para essa exigência que desejo aos novos órgãos sociais da CNIS, fazendo votos para que a Confederação das Instituições de Solidariedade não se feche em estudos teóricos (necessários, mas aqui não fundamentais nem determinantes) e assuma o confronto necessário à definição da importância (ou não) que as IPSS têm ou devem ter neste país.
Continuaremos a ver-nos, pois manter-me-ei desse lado!
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