Com o intuito de traçar um retrato da situação das IPSS a nível nacional perante a pandemia do novo coronavírus, fica o testemunho dos responsáveis pelas diversas estruturas intermédias da CNIS.
Assim, aos dirigentes das Uniões Distritais e das federações da área da Deficiência que integram a CNIS foram colocadas duas questões sobre o momento atual.
MARIA DO CÉU CARREIRA, UIPSS Madeira.
1 – Que balanço faz da pandemia nas IPSS do distrito?
"De um tempo inicial de dúvidas, perplexidades e medos, face a soluções que urgia encontrar por forma a dar resposta aos desafios, as IPSS partiram para as ações que em cada dia do novo quotidiano tinham de ser concretizadas. Ninguém desistiu, apesar da falta de EPI e da dificuldade em adquiri-los, mesmo tendo que readaptar espaços, alterar procedimentos, implementar novos modos de trabalho, reinventar rotinas e horários e ainda encontrar alternativas à escassez de produtos para desinfetar espaços. Os planos de contingência foram elaborados, as informações e normativos legais passaram a fazer parte do quotidiano, em esforço acrescido de acelerada capacitação. As IPSS fizeram caminho, caminhando, sem baixar os braços, integrando as melhores práticas em resposta a desafios inesperados e perturbadores. Todo o caminho feito só foi possível com todos os trabalhadores, utentes, famílias e voluntários, cientes de que os melhores itinerários são os que resultam do envolvimento de todos. As ERPI, casas de acolhimento de crianças e jovens, serviços de apoio domiciliário – ora alargados por força do encerramento dos centros de convívio, centros de dia, creches e jardins de infância –, por exemplo, mereceram atenção redobrada e preocupação acrescida. Felizmente, até ao final de abril, nenhum caso da Covid-19 foi detetado. As IPSS continuam a agir respeitando recomendações, gerindo com adequação recursos humanos e materiais".
2 – Como perspetiva o futuro próximo?
"O futuro próximo obriga as instituições a viverem um presente à altura das realidades e das incertezas que os tempos comportam. Importa agir, desconfinando com parcimónia e sentido coletivo do dever. As IPSS enfrentam mais um tempo de preparação intensiva, mas necessária. Apesar do percurso de aprendizagem já feito, as IPSS esperam das entidades competentes informações precisas – assentes em pareceres de especialistas, nomeadamente da área da saúde – que viabilizem os caminhos que, em segurança, terão de ser percorridos. Aguardam também, com natural expetativa a generalização dos testes nas ERPI, bem como medidas, em parceria com as entidades da saúde, no âmbito da assistência médica. Importa que as IPSS vejam reforçadas as comparticipações financeiras por parte das entidades públicas, em sede de Cooperação, a fim de fazerem face a despesas com materiais de proteção e desinfeção, pessoal especializado, formação e as relativas às respostas no domicílio, que o encerramento de algumas respostas potenciaram, bem como, de necessidades resultantes do impacto da pandemia, ao nível do emprego e dos rendimentos das famílias. O futuro que desejamos acontecerá se o presente for feito de e com artífices, construtores sem tréguas, do bem comum. O futuro que queremos só é possível se a atenção a cada um e a todos for feita da solidariedade devida a cada pessoa e a todas as pessoas".
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