Mirandela, Vinhais e Macedo de Cavaleiros foram os três primeiros concelhos visitados pela tocha solidária nesta jornada de 2024, com o arranque a contar com a presença do presidente da CNIS, Lino Maia, que entregou a Chama à presidente da União das IPSS do Distrito de Bragança (UIPSSDB), Paula Pimentel, numa cerimónia que decorreu no Santuário de Nossa Senhora do Amparo, na «Princesa do Tua».
“Há quem pense nas pessoas para ganhar dinheiro, mas há quem o faça pelo bem-estar dos outros”, afirmou o presidente da CNIS, sublinhando: “A solidariedade é fazer da sorte do outro a nossa sorte, sem esperar mais do que ver as pessoas sorrir”.
O padre Lino Maia enfatizou a importância do papel das IPSS, alertando que “a solidariedade não pode morrer em Portugal e, por isso, é que a Chama e a Festa têm chamado muitas pessoas”.
Por seu turno, a anfitriã Júlia Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Mirandela, depois de receber a Chama das mãos de Paula Pimentel, lembrou que “a Chama é a luz, a fé e a solidariedade” e sublinhou “o trabalho inexcedível das IPSS junto da nossa população”, proferindo um desejo: “Que a Chama continue no caminho certo e que todos façamos parte desse caminho”.
Do Santuário, a Chama seguiu em percurso apeado, acompanhado por muitas pessoas, atravessando a ponte romana sobre o rio Tua que liga as duas margens da cidade até à Praça do Município, onde uma vasta plateia de crianças e idosos esperava a tocha solidária. Aí, diversos grupos das diversas instituições presentes interpretaram os seus números, de canto, de dança ou musical, num momento de incentivo para uma semana de viagem pelo distrito.
Em Vinhais, depois de uma passagem pelos Paços do Concelho, a Chama rumou ao Agrupamento de Escolas D. Afonso III, onde era esperada por uma vasta plateia de crianças, jovens e menos jovens.
Momento musical pelos alunos, num palco que ainda se mantém decorado com uma exposição sobre os 50 anos do 25 de Abril.
O presidente da CNIS pegou precisamente nisso, para dizer que a decoração 25 de Abril deixou-o “muito feliz”, porque “foi com o 25 de Abril que a sociedade decidiu tomar mais iniciativa e, assim, criar muitas IPSS”.
“Vamos continuar a servir os que precisam a viver com mais alegria e mais esperança”, afirmou o padre Lino Maia, acrescentando: “Disse-me há pouco o presidente da Câmara Municipal que Vinhais é uma terra de solidariedade e, acredito, que vai continuar a apoiar as instituições”.
Já o edil Luís Fernandes lembrou que “as IPSS são a casa de tanta gente e que bem que as instituições fazem às pessoas que acolhem”.
Para o autarca, “quem está nas Câmaras Municipais, nas Juntas de Freguesia e nas IPSS, o que tem de fazer é trabalhar pelas pessoas”, acrescentando: “Precisamos de ter a chama da solidariedade sempre acesa para ajudarmos os outros”.
“As distâncias que temos de percorrer para chegar aos serviços não são fáceis”, disse a presidente da UIPSSDB, destacando: “A chama que hoje aqui trazemos também simboliza esse olhar que é preciso ter com a comunidade, as dificuldades acrescidas que enfrentam e a necessidade da região e do país serem solidários com os territórios mais desfavorecidos”.
Por isso, “as IPSS querem estar mais próximas de quem precisa, mas nesta caminhada de encurtar distâncias todos somos necessários”, apelou aos presentes.
De Vinhais, a tocha da solidariedade seguiu para Macedo de Cavaleiros, onde foi acolhida nos Paços do Concelho, reunindo no largo fronteiro uma significativa representação das instituições locais. Nota para a presença do ex-provedor da Santa Casa da Misericórdia de Macedo de Cavaleiros, Castanheira Pinto, um verdadeiro símbolo vivo da solidariedade.
Para Benjamin Rodrigues, presidente da autarquia macedense, “solidariedade é uma palavra muito forte, carregada de significado e Macedo é um concelho solidário e isso vê-se pelas IPSS aqui existem”.
Por seu turno, Paula Pimentel sublinhou que a tocha solidária é “uma chama que nos impulsiona a fazer ainda mais e melhor por nós e pelos outros, que nos estimula a olhar para a sociedade com responsabilidade e que nos lembra que todos precisamos de todos”, enfatizando ainda que ser solidário é “sermos capazes de olhar os outros com empatia, com carinho, com amor”.
Dali a Chama foi até à Albufeira do Azibo, passando, entretanto, por Podence, onde foi recebida por alguns Caretos.
O segundo dia da primeira jornada que levou a Chama da Solidariedade a metade dos concelhos do distrito brigantino iniciou-se entre o Douro e o Tua… em Carrazeda de Ansiães. A chuva apareceu, ainda que leve, e a receção à Chama aconteceu num espaço fechado e onde estava uma vasta plateia de idosos e crianças das várias IPSS do concelho.
“Trazer a Chama a este concelho é homenagear todos aqueles que no seu dia a dia se preocupam com a fragilidade, a dificuldade o bem-estar dos outros”, começou por dizer Paula Pimentel, depois de entregar a Chama à vice-presidente da autarquia, Adalgisa Barata, acrescentando: “É para reconhecermos o trabalho que se faz, mas também para refletirmos sobre o que ainda podemos fazer para que todos possamos construir uma sociedade mais justa, onde a dignidade e o respeito pela pessoa humana seja uma das nossas principais premissas de vida”.
“Juntos somos mais fortes”, pugnou a vice-presidente da autarquia, lembrando que “a solidariedade é um valor fundamental para criar um mundo mais inclusivo”.
“As Câmaras Municipais são as grandes parceiras das IPSS e as IPSS são as grandes parceiras das autarquias para continuarmos a ajudar quem mais precisa”, defendeu o vice-presidente da CNIS, deixando um desafio: “Estamos perante uma plateia preenchida de jovens e é preciso falar nas escolas da solidariedade e do voluntariado, porque são eles os cuidadores do futuro, seja na família, seja como profissionais. Só assim teremos um futuro mais solidário”.
De Carrazeda de Ansiães o facho solidário rumou a Vila Flor, por entre montes e vales, curvas e contracurvas, sob um céu nublado e num sobe desce transmontano, entre nevoeiro e um céu cinzento.
O Centro Cultural de Vila Flor recebeu a comitiva da CNIS e da UIPSSDB que levou a Chama da Solidariedade até à Póvoa Além Sabor.
“A solidariedade é essencial”, sustentou Ana Sofia Ramos, vice-presidente da Câmara Municipal de Vila Flor, que afirmou ter “a esperança que a Chama faça com que as pessoas se unam mais em prol dos outros”.
Sublinhando que “o poder local tem um papel fundamental no bem-estar da população”, lembrou que “as IPSS trabalham numa relação de amor e afeto” e, por isso, elogiou “a iniciativa por espalhar os valores da solidariedade”.
Por seu turno, Paula Pimentel frisou que “a Chama traz alegria, reconhecimento, gratificação e também a necessidade de reflexão constante, para que todos os dias, cada um individualmente, consiga perceber como pode dar o seu contributo para um bem maior, o bem comum”, enquanto o vice-presidente da CNIS lembrou que é fundamental sensibilizar desde já os mais jovens para o bem maior que é a solidariedade, tal como o valor do voluntariado.
Por entre uma paisagem pintada por oliveiras, que pontuam de verde vastos e geometricamente recortados olivais, a tocha solidária prosseguiu o seu périplo até Torre de Moncorvo.
«Onde o ferro é a alma da terra», a tocha da solidariedade, ali também apelidada de “Chama da Piedade”, percorreu diversas artérias do casco urbano até chegar ao Largo Dr. Campos Monteiro, onde foi recebida com música.
A presidente da União Distrital de Bragança entregou a Chama à vice-presidente da autarquia moncorvense, Catarina Dias, e disse: “Esta caminhada da Chama, por todo o distrito de Bragança, é uma homenagem a todos aqueles que diariamente praticam o bem comum, aqueles que olham para o seu semelhante com respeito e dignidade e sem hesitar lhe estendem a mão. Esta é a mensagem que nos traz a Chama que, ao mesmo tempo, representa o reconhecimento e o agradecimento perante todos os que praticam sem reserva a solidariedade”.
“O município de Torre de Moncorvo junta-se com enorme prazer a uma iniciativa que tem como objetivo a promoção e a divulgação dos valores da solidariedade”, defendeu a «vice» da autarquia de Vila Flor, sublinhando que “a Chama da Solidariedade representa uma homenagem ao trabalho desenvolvido pelo Sector Social, percorrendo cada um dos 12 concelhos do distrito de Bragança, em sinal de agradecimento e de incentivo, para que o caminho da solidariedade, do respeito e da valorização seja cada vez mais consistente e mais presente junto das pessoas, das famílias e das comunidades”.
Por fim, “a solidariedade será sempre a chama viva que incendeia a tocha que inflama o coração do mundo”, rematou.
Pedro vasco Oliveira (texto e fotos)
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