A Irmã Maria Isabel Monteiro, da CNIS e directora da Casa Nossa Senhora do Rosário, das Doroteias, na Figueira da Foz, apresentou o tema “Conhecer para Intervir”, fundamental para agir com qualidade, no âmbito da solidariedade social. E logo adiantou que, hoje, “não podemos ignorar, e não ignoramos mesmo”, agora mais do que nunca, sobretudo depois da caracterização que foi feita de uma grande parte das freguesias de Portugal Continental, pela Associação Seiva das Irmãs de Santa Doroteia.
Segundo a conferencista, este estudo teve como objectivos conhecer, identificar e caracterizar as diferentes organizações sociais, económicas e culturais das freguesias envolvidas, tendo em vista actuações mais concertadas entre todos os parceiros sociais.
No processo do desenvolvimento local, a articulação do desenvolvimento económico, social e cultural tem de ser feito numa “óptica transversal, assente numa visão integrada e integradora das diferentes forças e sectores presentes”, sublinhou a Irmã Isabel Monteiro.
Mais adiante, aquela dirigente referiu que urge criar condições para que os “actores” de uma comunidade se comportem como agentes de mudança, promovendo parcerias e fomentando a emergência das redes locais, sustentadas em aplicações e sentimentos de pertença.
A Irmã Isabel, depois de abordar o socialismo colectivista e o capitalismo selvagem, garantiu que a humanidade deseja uma nova forma de vida em comum, que “harmonize o que foi bom das experiências anteriores, mas evitando os defeitos dos mesmos sistemas”.
Lembrou que se torna urgente cultivar a liberdade, mas uma liberdade que não provoque injustiças e a exploração dos mais débeis. “Justiça, sim; mas sem destruir toda a liberdade”, acrescentou.
No fundo, sublinhou a conferencista, “o que todos desejamos é uma organização social que defenda a liberdade e a solidariedade”. E perguntou: “Que vale a liberdade quando ela destrói a solidariedade? Que vale a solidariedade, se ela destruir a liberdade?”.
Para Isabel Monteiro, a liberdade e a solidariedade são obrigações de todo o indivíduo para com a sociedade e a comunidade. E acrescentou que o exercício da cidadania, “enquanto e como direito de todos”, encontra o seu fundamento no desígnio da solidariedade, como valor universal, desígnio esse que se reflecte nas relações humanas e transparentes, enraizadas na verdade e consolidadas na co-responsabilidade generosa.
Salientou, ainda, que todos nós somos, por natureza intrínseca, solidários, potenciadores de relações humanas próximas, o que nos permite ver a realidade em mudança, que exige de cada um e de todos respostas adequadas. A aspiração à igualdade e à participação, bem como a co-responsabilidade e a comunhão, reflecte-se necessariamente no mundo dos significados e das palavras, que a linguagem também está em processo de mudança, disse a Irmã Isabel Monteiro.
Veja a apresentação em PowerPointLeia a comunicação de Maria Isabel Monteiro, na íntegra (documento Word)
Data de introdução: 2006-02-01