O Presidente da República, Cavaco Silva, justifica o lançamento do Roteiro para a Inclusão com os péssimos números que Portugal apresenta em matéria de pobreza e exclusão social, muito longe das médias da União Europeia (UE).
"São números para qualquer agente político ficar bastante desconfortado", afirmou o Presidente. E prometeu que a exclusão social será um dos temas da sua presidência: "Farei tudo para tornar isto uma causa nacional", disse.
Segundo o Presidente da República, a parcela de rendimento dos 20% dos portugueses mais ricos é sete vezes superior à dos 20% dos portugueses mais pobres: a média dos 25 países da União Europeia é de 4,6 vezes.
Cerca de 15% dos portugueses têm rendimentos abaixo da taxa de risco (limiar) da pobreza, enquanto na União Europeia a 25 essa taxa não ultrapassa os 10%.O indicador de pobreza persistente (quando esta se mantém durante três anos) abrange 15% dos portugueses, mas na Europa dos 15 (sem os países do último alargamento) não ultrapassa 9% da população.
O principal problema em Portugal é que, quando a análise se foca sobre os idosos (mais de 65 anos), essa percentagem duplica para os 30%, contra 16% da UE-15. E, pior ainda, no universo dos idosos isolados, os números da pobreza persistente saltam para 46%, quando - disse Cavaco Silva - "na União Europeia essa percentagem é muito mais baixa".
De igual com a média europeia Portugal só tem o preocupante indicador de envelhecimento da população: a parcela com mais de 65 anos é de 9%, o mesmo peso dos indivíduos com menos de 14 anos. Todavia, no que se refere aos jovens, há um indicador muito divergente: enquanto na UE o indicador de insucesso escolar se fixa nos 14,9%, em Portugal ele atinge os 39%.
28.05.2006
Data de introdução: 2006-05-28