CRIANÇAS EM RISCO

Mais de 7 mil crianças foram sinalizadas por serviços de saúde em três anos

Mais de sete mil crianças em risco foram sinalizadas pelos serviços de saúde, entre 2002 e 2004, principalmente através dos serviços de internamento, seguidos das urgências e das consultas externas. Os dados constam de um relatório da Inspecção-Geral da Saúde (IGS), divulgado no ano passado, e que analisou o atendimento e encaminhamento das crianças em risco nos estabelecimentos e serviços do sistema de saúde.Neste período, foram sinalizadas pelos serviços de urgência 2.027 crianças em risco, 1.745 pela consulta externa, 3.214 através do internamento e 47 pelos centros de saúde.

A investigaçäo da IGS abrangeu 102 entidades (66 hospitais e 36 centros de saúde) e identificou, no triénio em análise, 246 casos de crianças e jovens abandonados ou vítimas de rejeição familiar, 592 vítimas de abuso sexual, 1.014 vítimas de maus-tratos físicos ou psicológicos, 1.542 negligenciados e 2.294 vítimas de outros factores de risco.

A nível dos centros de saúde, a IGS concluiu que as principais problemáticas detectadas e que estão na origem das situações de risco das crianças e jovens säo, por ordem decrescente, a sujeição a comportamentos que afectam a sua segurança e equilíbrio emocional, a negligência, os maus-tratos físicos ou psicológicos.

Também o abandono ou rejeição familiar, a sujeição a actividades ou trabalhos excessivos ou inadequados à sua idade, o abuso sexual e a entrega a actividades ou consumos que afectam a sua saúde, segurança, formação ou desenvolvimento sem oposiçäo dos seus representantes legais são igualmente indicados no relatório da IGS.

Este organismo do Ministério da Saúde refere que, entre 2002 a 2004, as situações de risco social de crianças e jovens sinalizadas pelas entidades avaliadas (centros de saúde e hospitais) reportam-se, na sua maioria, a "disfuncionalidades familiares (resultante sobretudo da precariedade económica, de questões relacionadas com a saúde mental, os comportamentos aditivos e a maternidade precoce) e a situações de negligência".

A IGS defendeu a criação de "sistemas de recolha de dados" ou a alteração dos já existentes, "de forma a que o estudo e monitorização dos processos e números de casos (dados estatísticos) seja mais fiável".

31.12.2006

 

Data de introdução: 2006-12-31



















editorial

Educação: o pilar da inclusão e da solidariedade

Desde a sua fundação, a CNIS tem vindo a afirmar que a educação é, antes de mais, um direito de todos e um fator determinante para a inclusão social. Nesta edição do Solidariedade, reafirmamos esse compromisso...

Não há inqueritos válidos.

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Acolhimento de Imigrantes apela ao nosso humanismo pátrio
A entrada de imigrantes, em Portugal, tem sido um dos assuntos mais presentes na agenda do país. Na abordagem política tem predominado mais a ideologia que a defesa incontornável da...

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

A responsabilidade política e a crise das urgências
Duas grávidas perderam, com um intervalo de uma semana, os seus bebés depois de procurarem uma resposta de urgência num hospital público.  Num dos casos, segundo o...