ESTUDO SOBRE NUTRIÇÃO ONCOLÓGICA

Maioria dos doentes de cancro sofre de desnutrição

Um estudo sobre nutrição oncológica apurou que mais de metade dos doentes oncológicos sofre de desnutrição, mas registou também que os que convivem com estes pacientes não sabem como combater o problema. O primeiro estudo sobre nutrição oncológica é hoje apresentado em Lisboa, numa cerimónia que contará com a presença da presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO), Helena Gervásio.

De acordo com Helena Gervásio, "40 a 80 por cento dos doentes oncológicos sofre de desnutrição, podendo ser uma causa da doença ou uma consequência dela ou dos procedimentos terapêuticos que implica, induzindo alteração no paladar, na salivação, na digestão e na absorção dos alimentos".

Em Portugal existem 37 mil doentes oncológicos e mais de metade sofre de carências alimentares. "Este estudo demonstra a necessidade de uma acção imediata a nível da nutrição nesta área", afirma a presidente da SPO.
A investigação revelou que "a população próxima ao doente oncológico, quando questionada sobre o grau de gravidade associado às carências alimentares derivadas do cancro, reconhece que estas são graves ou muito graves", estando nesta situação 71 por cento dos inquiridos.

A maioria das pessoas que vivem junto aos doentes com cancro desconhece "a melhor forma de combater a desnutrição". "Como estamos perante doenças que conduzem a perda de apetite, paladar e, consequente, perda de peso, não será apenas através de uma dieta alimentar equilibrada que se contraria a situação", frisa a presidente da SPO.

Segundo Helena Gervásio, "um estado nutricional adequado é capaz de prevenir complicações, optimizar a qualidade de vida nos diferentes estádios de evolução da doença, aumentar a tolerância e a resposta ao tratamento e atingir alta hospitalar mais cedo".

A especialista defende "a valorização do estado nutricional da cada doente" e que seja evitado "um estado de desnutrição que possa vir a complicar e comprometer os tratamentos e permitir uma correcção de hábitos alimentares errados que podem também influenciar negativamente esse estado".

Para este estudo foram inquiridos familiares de doentes oncológicos ou pessoas com relação próxima e profissionais de saúde (médicos e enfermeiros) que trabalhavam a área oncológica especificamente.
O resultado deste inquérito mostrou ainda um desconhecimento sobre a existência de suplementos. Quem sabe da sua existência nem sempre os adquire, por razões monetárias.

Por sua vez, os profissionais de saúde consideram que a desnutrição é "uma questão preocupante no doente oncológico", reconhecendo que as doenças oncológicas são aquelas em que a desnutrição é mais acentuada".
Apesar disso, "menos de metade dos médicos e enfermeiros inquiridos avaliam a existência de desnutrição nestes doentes".

Helena Gervásio defende uma maior informação aos doentes e seus familiares sobre as causas e consequências da desnutrição", bem como "o esclarecimento sobre este estado que pode ser combatido ou evitado".  A presidente da SPO preconiza "um plano de informação mais adequado", a realizar junto dos profissionais de saúde, sobre "a necessidade e modo de avaliar o estado nutricional do doente e suas causas e as alternativas existentes para as superar".

20.03.2007 Fonte: Público

 

Data de introdução: 2007-03-20



















editorial

VIVÊNCIAS DA SEXUALIDADE, AFETOS E RELAÇÕES DE INTIMIDADE (O caso das pessoas com deficiência apoiadas pelas IPSS)

Como todas as outras, a pessoa com deficiência deve poder aceder, querendo, a uma expressão e vivência da sexualidade que contribua para a sua saúde física e psicológica e para o seu sentido de realização pessoal. A CNIS...

Não há inqueritos válidos.

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Que as IPSS celebrem a sério o Natal
Já as avenidas e ruas das nossas cidades, vilas e aldeias se adornaram com lâmpadas de várias cores que desenham figuras alusivas à época natalícia, tornando as...

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

Adolf Ratzka, a poliomielite e a vida independente
Os mais novos não conhecerão, e por isso não temerão, a poliomelite, mas os da minha geração conhecem-na. Tivemos vizinhos, conhecidos e amigos que viveram toda a...