O Instituto da Droga e da Toxicodependência venceu o Prémio Parcerias em Saúde: Público / Social, no âmbito do Fórum “Hospital do Futuro”, com o projecto “A importância do trabalho de proximidade junto da população toxicodependente”. Esta iniciativa visa premiar as boas práticas desenvolvidas no âmbito da Saúde.
A candidatura apresentada pelo IDT resulta do trabalho que vem sendo desenvolvido, pela área de
Redução de Danos, com o objectivo de criar uma Rede Nacional de Redução de Riscos e Minimização de
Danos. Assim, estabeleceu-se uma parceria com Instituições Privadas de Solidariedade Social (IPSS) para
a implementação de respostas de proximidade (Equipas de Rua) no domínio desta intervenção.
As Equipas de Rua são estruturas sócio-sanitárias que se destinam a “promover a redução de riscos,
intervindo no espaço público onde o consumo de drogas seja vivido como um problema social” e têm como
objectivos:
- Redução de riscos, pessoais e sociais, associados ao uso de drogas;
- Informação aos consumidores sobre as formas mais seguras de consumo;
- Prevenção da disseminação de doenças infecto-contagiosas;
- Encaminhamento das pessoas em situação de risco, motivando-as para tratamento;
- Articulação com outras entidades das áreas da saúde, justiça e educação, entre outras.
Com vista ao incremento da qualidade dos serviços prestados, foram criados vários instrumentos de
acompanhamento, monitorização e avaliação os quais permitiram garantir, numa lógica de investigaçãoacção,
uma maior sustentabilidade das propostas realizadas em matéria de definição de políticas públicas
para esta área.
Alguns dos resultados obtidos no âmbito desta parceria:
Ao nível sanitário e clínico verificou-se:
- Diminuição de comportamentos de risco ao nível da partilha de material e das relações sexuais
desprotegidas (decréscimo de 18% na partilha de seringa e de 15% nas relações sexuais
desprotegidas);
- Decréscimo em 26% na percentagem de consumidores de drogas;
- Decréscimo em 17% no consumo de heroína e da sua frequência, bem como diminuição do
consumo via endovenosa;
- Integração dos utentes em projectos terapêuticos mais estruturados (mais de ¼ dos utentes
avaliados integraram projectos de desabituação do consumo, programas de substituição opiácea e,
cerca de 15% outros programas de tratamento);
- Aumento do conhecimento do estado serológico dos utentes (cerca de metade dos utentes
conhecem o seu estado serológico relativamente ao HIV, Hepatite B e uma parte significativa
relativamente à Hepatite C, Tuberculose e DST).
Não há inqueritos válidos.