REDE DE CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS

Apoio em casa é escasso nos cuidados continuados

O apoio domiciliário é um dos principais problemas da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, que ontem completou um ano. A ajuda em casa apenas abrangeu 15% dos 1406 casos referenciados para a RNCCI. A coordenadora da missão, Inês Guerreiro, disse ao DN que "esta será a prioridade da missão nos próximos dois anos" e que este é um dos principais constrangimentos percepcionados nestes seis meses.

A avaliação da rede não passa apenas pelo número de camas disponíveis (900 até Março), mas também pelas "unidades especializadas que dão resposta às necessidades das pessoas e pelo apoio domiciliário", refere a Secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Carmen Pignatelli. Em dia de balanço, a responsável foi a primeira a alertar que o apoio domiciliário é "insuficiente e pouco organizado, especialmente nos grandes centros urbanos, onde as pessoas têm pouco apoio dos familiares e da vizinhança. Há grandes listas de espera".

Segundo um relatório que abrange o período de Novembro de 2006 a Abril de 2007, apenas 12% das 1400 pessoas referenciadas para a rede tinham apoio de técnicos de Saúde. Mais grave é o facto de 67% deste universo não ter apoios de qualquer espécie. Inês Guerreiro disse ao DN que estes problemas, nomeadamente o do apoio domiciliário, "serão prioridades da missão. Estamos a fazer uma reforma da resposta de internamento, em conjunto com os cuidados de saúde primários e tirando partido do apoio social", afirmou a coordenador do projecto.

O ministro da Saúde, Correia de Campos, não deixou de salientar os avanços obtidos em seis meses e referiu que "a rede vai ter mais 2600 camas dentro de meses" e que serão criados 50 mil postos de trabalho até 2016. Das 56 entidades envolvidas no projecto, 77% eram misericórdias, 16% instituições públicas de solidariedade e apenas 3% estavam ligadas ao SNS. O privado representou 1%.

Desde Novembro, ainda se notou um elevado défice de informação em directores de hospitais e centros de saúde e alguma resistência em prol da hospitalização. A Confederação das Instituições Públicas de Solidariedade Social criticou ainda as tabelas das diárias, que não cobrem os custos gastos pelas instituições.

O ministro do Trabalho e da Segurança Social, Vieira da Silva, falou nos casos de pessoas que não têm condições em casa, avançando que "está a decorrer um programa para fazer pequenas intervenções nas casas de idosos isolados". À margem do evento, o ministro da Saúde falou no caso do Barreiro, afirmando que "nada falhou. A pessoa continua a ser assistida dentro do sistema público, apesar do seu estado de saúde precário. Mas a experiência é interessante, porque demonstra o que teria sido possível fazer mais cedo se existisse uma Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados na altura".

25.05.2007 Fonte: Diário de Notícias

 

Data de introdução: 2007-05-25



















editorial

VIVÊNCIAS DA SEXUALIDADE, AFETOS E RELAÇÕES DE INTIMIDADE (O caso das pessoas com deficiência apoiadas pelas IPSS)

Como todas as outras, a pessoa com deficiência deve poder aceder, querendo, a uma expressão e vivência da sexualidade que contribua para a sua saúde física e psicológica e para o seu sentido de realização pessoal. A CNIS...

Não há inqueritos válidos.

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Que as IPSS celebrem a sério o Natal
Já as avenidas e ruas das nossas cidades, vilas e aldeias se adornaram com lâmpadas de várias cores que desenham figuras alusivas à época natalícia, tornando as...

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

Adolf Ratzka, a poliomielite e a vida independente
Os mais novos não conhecerão, e por isso não temerão, a poliomelite, mas os da minha geração conhecem-na. Tivemos vizinhos, conhecidos e amigos que viveram toda a...