
Como humanos que somos, deveríamos fazer questão em viver e contagiar os outros com a nossa humanidade na forma de conviver e de actuar no nosso dia-a-dia.
Sabemos bem como isso é difícil e seremos muitas vezes os primeiros a reconhecer a nossa falta de humanismo e respeito pelo Outro pela forma como com ele nos tantas vezes nos relacionamos.
A expressão “é desumano” contém uma apreciação de condenação feroz de quanto possa atentar contra a dignidade humana.
E esta expressão vai-se ouvindo com bastante frequência nos dias que correm, a respeito de muitas atitudes e comportamentos.
Quando acontecem certos despedimentos de forma selvagem e atentatória na forma como são tratadas as pessoas, chamamos-lhe “acto desumano”.
A muitas das consequências sobre reformas políticas em curso, tanto na saúde, como na educação, justiça, etc, tais como, a título de exemplo, o facto de, em poucos meses, terem nascido 21 crianças em ambulâncias...apelidamos de desumanas.
Desumanas chamamos às decisões de obrigar a trabalhar pessoas que carregam o sofrimento e o desespero de uma doença cancerosa, sem apelo nem agravo.
Desumanas são as condições de pessoas idosas e pobres que, por falta de capacidade financeira, têm de escolher entre a compra de remédios que lhes fazem falta e alimentação de que precisam para viver, sem que o Estado assuma o seu papel de “regulador de preços dos medicamentos”, permitindo lucros incompreensíveis por parte dos laboratórios.
E já agora, por falar em (des) humanidades... Como explicar a mais recente “manifestação laicista” contra o atendimento dos doentes nos hospitais por parte de confissões religiosas que, ao longo de tantos séculos, sempre o fizeram, sem que ninguém tenha morrido por causa disto?
Ninguém contesta ao Estado que seja laico na sua atitude em relação a confissões religiosas. Porém quando certas tomadas de posições dos “defensores da laicidade”, revestem a “ forma de intolerância religiosa” prestam-se também, no caso concreto do atendimento de doentes em hospitais, a ser rotuladas de “desumanas”!
Ou será que as pessoas doentes em hospitais precisam de um “laico de serviço” para os proteger do perigo e da lavagem ao cérebro de um capelão sem escrúpulos que quer aproveitar a sua debilidade para os converter à sua religião, impedindo que os visite e conforte no seu sofrimento? Francamente...
Data de introdução: 2007-10-08