30% das chamadas para a SOSProfessor relatam agressões físicas e mais de metade verbais
Três em cada dez docentes que contactaram a Linha SOSProfessor desde o início do ano lectivo admitiram ter sido vítimas de agressões físicas, enquanto mais de metade relataram episódios de agressão verbal. De acordo com a Associação Nacional de Professores (ANP), que promove a iniciativa, esta linha telefónica recebeu 124 contactos entre 11 de Setembro de 2007 e 28 de Março deste ano, dos quais 38 (30,6 por cento) relatando episódios de agressão física e 65 (52,4 por cento) agressões verbais.
Episódios de indisciplina (36,3 por cento) e situações de maus relacionamentos (10,5 por cento) completam as quatro ocorrências mais denunciadas pelos docentes. Em 19 ocasiões, os docentes relataram uma agressão física em simultâneo com uma agressão verbal, o mesmo número que se verificou num episódio de indisciplina com agressão verbal. Quanto a indisciplina associada a agressão física, registaram-se 13 ocorrências.
"Pela análise dos resultados pode-se aferir que a maioria dos casos recebidos dizem respeito a acontecimentos relativos a fenómenos perturbadores da convivência escolar, a saber: indisciplina, agressão verbal e física, ocorridos no ensino geral, mas também nos cursos de educação e formação e cursos profissionais", lê-se no relatório da ANP.
Nos relatos registados, os intervenientes mais apontados são Professor-Aluno (65,3 por cento), seguindo-se Professor-Encarregados de Educação (22,6 por cento) e Professor-Turma (12,1 por cento). Dois professores relataram mesmo episódios em que o outro interveniente foi igualmente um docente.
Os episódios Professor-Aluno são mais frequentes ao nível da agressão verbal (48 situações), seguida de indisciplina (38) e ainda agressão física (31) e ocorrem mais no 3º ciclo (28), seguido do 2º (20) e do secundário (15).
Quando o outro interveniente foi o encarregado de educação, registaram-se 18 agressões verbais, sete agressões físicas e três maus relacionamentos. A maioria destes casos ocorreu no ensino básico, com maior incidência no 3º ciclo.
O recinto escolar foi o palco principal das situações relatadas pelos professores, com maior prevalência nas salas de aula. A larga distância surgem as áreas destinadas aos docentes e os espaços de convívio. Em 15 por cento das chamadas, o incidente ocorreu fora do estabelecimento de ensino.
Porto e Lisboa são os distritos onde se registaram mais casos, com 23,4 e 22,6 por cento das ocorrências, respectivamente, seguido de Braga, com 7,3 por cento.
Dos 124 professores que contactaram a Linha SOSProfessor desde o arranque do ano lectivo, 87,9 por cento são do sexo feminino e 25 por cento têm entre 50 e 59 anos. No total, por nível de ensino, registaram-se mais relatos no 3º ciclo (34, o que representa 27,4 por cento), o mesmo número de ocorrências relatadas no 1º ciclo.
04.04.2008
Data de introdução: 2008-04-04