O Tsunami CAROLINA

A bomba rebentou!
O Carolina Micaelis, que já há algum tempo tinha andado nas bocas do mundo por causa do professor Charrua (até parece consequência de alguma praga rogada…), agora saltou novamente para a ribalta, com um estrondo do tamanho de um tsunami há tempos: indisciplina/violência na sala de aula entre uma aluna e uma professora, para gáudio da turma e com direito a transmissão para a Internet, via YouTube, donde passou para os ecrãs das televisões com o efeito de um rastilho que incendiou o país, este país que já foi conhecido como de “brandos costumes”!

E se a manifestação dos 100 mil professores fez os estragos que se conhecem na imagem da Ministra da Educação, através da marcha de rua e dos tempos de antena nas televisões, acabou por cair no esquecimento, diante da gravidade das imagens desta escola que entram na casa dos portugueses para quem quiser ver (pais, alunos, professores, autarcas, lideres religiosos, sociólogos, escolas de formação de professores, políticos e polícias de investigação e segurança pública) levando-os a perguntar: onde está o país dos “brandos costumes”?

Nada mais será igual nas nossas escolas (em todas, sejam elas públicas ou privada) a partir do efeito que as imagens que estão a marcar a “agenda mediática”, naturalmente representará!
É que as cenas que o YouTube nos fez chegar representa não só o que se passou nesta escola, mas também o que se passa em muitas, e serão mesmo muitas…das escolas deste jardim à beira-mar plantado!
E não nos armemos em anjinhos de procissão a amaldiçoar esta juventude que não sabe estar numa sala de aula. Quem de nós, enquanto estudante, não praticou e testemunhou cenas de indisciplina, de brincadeira, de gozo dos professores?

Uma coisa era efectivamente diferente: um descuido era a morte do artista; se a coisa chegasse ao conhecimento dos pais, havia bronca pela certa!
Ontem, como hoje, nas mesmíssimas turmas com os mesmíssimos alunos, uns professores não tinham qualquer problema em assegurar o interesse pelo que ensinavam e a disciplina na sala de aula, enquanto outros, por falta de preparação pedagógica, por falta de empatia e de autoridade, de competência, deixavam que acontecesse tudo e mais alguma coisa!

Estamos todos confrontados com um “bico d’obra” que põe a nu a fragilidade do nosso sistema de ensino, a aparente incapacidade de motivarmos muitos, mas mesmo muitos dos nossos jovens para a causa da sua educação/formação.

Muitos membros da nossa ilustre classe política, sempre que aparecem más notícias, aparecem logo, quais abutres famintos de carne fresca, dando a entender que não percebem nada de coisa nenhuma, ideia que fica pelas análises que fazem e as soluções que apontam!

Que pensará de tudo isto o bom povo das nossas IPSS que se viu enxotado da causa da educação, a pretexto de que as escolas saberiam assegurar os serviços que eram prestados nos seus ATL?
Em vez de despedir, sem justa causa, tantas IPSS com ATL não teria sido melhor incorporar esta boa prática de uma “educação motivada e motivadora” no sistema educativo, pedindo-lhes que, se possível, em vez de desactivarem os seus serviços, aceitassem alargar a sua prática educativa a muitas mais crianças e jovens, bem assim como aos seus pais, assim tipo ATL Comunitários, numa interacção inteligente da escola com a Família e a Comunidade?

 

Data de introdução: 2008-04-07



















editorial

VIVÊNCIAS DA SEXUALIDADE, AFETOS E RELAÇÕES DE INTIMIDADE

As questões da sexualidade e das relações de intimidade das pessoas mais velhas nas instituições são complexas, multidimensionais e apresentam desafios para os utentes, para as instituições, para os trabalhadores e para as...

Não há inqueritos válidos.

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Orçamento Geral do Estado – Alguns pressupostos morais
Na agenda política do nosso país, nas últimas semanas, para além dos problemas com acesso a cuidados urgentes de saúde, muito se tem falado da elaboração do...

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

O estatuto de cuidador informal necessita de ser revisto
Os cuidadores informais com estatuto reconhecido eram menos de 15 000 em julho, segundo os dados do Instituto de Segurança Social[1]. Destes, 61% eram considerados cuidadores principais e apenas 58%...