Das 900 famílias que vivem nos bairros sociais de Camarate, que no total são 26 bairros e a maioria ilegais, cerca de 300 não têm meios próprios de subsistência e necessitam de apoios para se poderem alimentar. No entanto, muitas vezes por vergonha, não o fazem.
Há pouco menos de um ano foi assinado em Camarate um contrato local de desenvolvimento social, um programa de combate à pobreza.
O Governo e a câmara de Loures entregaram o trabalho de campo à cooperativa sócio educativa para o desenvolvimento comunitário.
O trabalho já está concluído e a responsável pelo programa, Lurdes Gonçalves, confessa que detectou mais problemas do que esperava.
«Nós encontrámos uma grande quantidade de pessoas que neste momento estão desempregadas, encontrámos também pessoas com muita dificuldade porque estão isoladas e sem meios de sair destes bairros e alguns jovens que não estão na escola, nem em cursos de formação, e que [por isso] se dedicam a actividades ilegais», revelou a responsável.
Das cerca de 900 famílias que vivem nos bairros de Camarate, perto de 300 trezentas não têm forma de se alimentar e por vergonha recusam pedir ajuda.
«Temos famílias que não recorrem aos apoios alimentares por vergonha. Já vamos em 55 famílias onde foi detectada esta necessidade e segundo o trabalho que já fizemos, se calhar temos um terço das famílias, por isso serão cerca de 300 as famílias nestas condições», sublinhou.
Nos próximos três anos, a cooperativa que lidera o contrato local de desenvolvimento vai receber 600 mil euros para mudar a vida de quem vive nos bairros sociais de Camarate.
Fonte: TSF
Data de introdução: 2009-02-26