O ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, Vieira da Silva, admitiu hoje (6 de Março) em Seia a possibilidade de ser lançada uma "segunda geração" do Programa de Conforto Habitacional para Pessoas Idosas (PCHI). "Creio que é um programa que vale a pena continuar a investir, principalmente nos distritos do interior, onde o fenómeno dos idosos isolados tem mais incidência", admitiu o ministro.
Vieira da Silva falava após uma cerimónia realizada em Seia, concelho onde a Câmara Municipal, no âmbito do PCHI, realizou obras em 34 habitações do concelho. "Creio que teremos condições para lançar uma segunda geração deste programa, principalmente nos distritos do interior, que é onde ele está neste momento em desenvolvimento", disse o governante.
Segundo Vieira da Silva, o PCHI foi lançado há cerca de dois anos nos distritos de Vila Real, Guarda, Castelo Branco, Bragança, Beja e Portalegre, abrangendo cerca de 1200 habitações. "O grau de realização é diferente mas julgo que estaremos neste momento a meio percurso para concluir esta fase do programa", que envolve um investimento do estado de 4,5 milhões de euros, referiu.
O ministro admitiu que "há sempre algumas dificuldades porque estamos a intervir em habitações que não são das câmaras nem do Estado, na grande maioria dos casos, e, por vezes, há problemas burocráticos que têm que ser ultrapassados, mas o balanço é muito positivo".
Programa fez 34 intervenções em Seia
O PCHI visa o melhoramento das condições básicas de habitabilidade e mobilidade de pessoas idosas, tendo contemplado 34 intervenções no concelho de Seia, que hoje foram dadas por concluídas. As obras realizadas representam um investimento global de 281 mil euros, sendo 162 mil suportados pela Câmara Municipal e 119 mil pelo Estado.
O presidente da Câmara de Seia, Eduardo Brito, disse hoje que o PCHI "teve um sucesso extraordinário" no seu concelho. "É um programa com pouco dinheiro, que permite resolver grandes coisas", disse, apelando ao ministro do Trabalho e da Solidariedade Social para que o mesmo "não seja abandonado" e seja "reforçado com verbas".
Quem beneficiou do programa dá conta da satisfação, como é o caso de Alzira Galvão, 69 anos, residente na localidade de Alvoco da Serra. Contou que a sua habitação "foi pintada por fora", o telhado foi reparado e os muros recuperados. "Eu não tinha dinheiro para compor a casa", referiu, adiantando que a casa tem agora outro aspecto.
Também Maria do Carmo Silva, 63 anos, residente em Urtigueira, disse que não podia realizar obras em casa "porque o meu marido nunca saiu para arranjar dinheiro e eu, infelizmente, tenho sido um poço de doença". Muito contente, recordou que tinha uma casa que ameaçava ruir e sem casa de banho, que após as obras passou a ter "condições".
Fonte: Público
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