CENTRO SOCIAL, CULTURAL, DESPORTIVO E RECREATIVO DE VILA NOVA DE SANDE

Trinta anos de associativismo

Quem chega a Vila Nova de Sande, no concelho de Guimarães, encontra um edifício que se destaca dos restantes pela imponência. Numa vila de traça rural, com cerca de 2 mil habitantes, em que a implementação de um parque industrial criou mais oportunidades de emprego, para além das actividades tradicionais, o Centro Social, Cultural, Desportivo e Recreativo é a instituição que congrega a maior parte da actividade anímica da vila.

Fazendo lembrar as velhas Casas do Povo, o espírito associativo que representa o Centro Social não consegue ser definido temporalmente, apesar da data oficial da fundação desta instituição de solidariedade social estar fixada a 3 de Maio de 1981.
Muito antes desta data já um grupo de pessoas, ligadas por laços de amizade, conhecidas como os “Unidos de Vila Nova de Sande”, delineava uma estratégia que culminaria anos depois na construção do edifício que hoje serve de sede. “A ideia era criar um espaço voltado para as necessidades dos habitantes, principalmente os nossos jovens”, explica Manuel Martins, actual presidente do Centro.

Nos primeiros anos de actividade, os encontros de trabalho realizavam-se numa pequena sala dispensada pela junta de freguesia local, mas a vontade de angariar dinheiro para construir uma sede própria fez com que os fundadores pensassem em soluções. “A estratégia financeira passou pela organização de torneios de futebol de salão, aproveitando a existência de um ringue na freguesia. Este plano veio a provar-se acertado, uma vez que devido à participação de um número cada vez mais elevado de equipas, angariamos dinheiro suficiente para passarmos ao plano seguinte, a construção de um bar de apoio aos torneios”, relembra o presidente.

As receitas do bar e dos torneios de futebol permitiram arrancar com as obras de construção do edifício actual. “Com os fundos angariados pelas duas actividades e com o esforço imenso dos vilanovenses, quer através dos seus donativos, quer através do trabalho voluntário, sobretudo aos fins-de-semana, a estrutura do edifício foi erguida, passando este de imediato a receber as actividades da instituição, mesmo estando apenas realizada parte da obra, que foi ficando concluída à medida que se angariava mais dinheiro e quase sempre sem apoios estatais”.

As actividades foram crescendo no Centro que respondia aos apelos dos habitantes. Surge o atletismo, o teatro, o grupo coral e o grupo folclórico, este último de grande dinamismo na vila. Foi também criada uma cantina, que funcionava todos os dias da semana. “Formaram-se equipas que rodavam e o espaço estava todos os fins-de-semana repleto de gente dos mais variados pontos do concelho de Guimarães”, lembra Manuel Martins. O edifício vai crescendo e prepara-se para acolher o jardim-de-infância da instituição. Em 1993 o Centro é reconhecido como Pessoa Colectiva de Utilidade Pública, tornando-se numa instituição particular de solidariedade social.

Em 1994 a instituição está a funcionar em pleno e para além da sede, alberga um pavilhão desportivo, um infantário, um salão nobre com palco e 180 lugares sentados, um bar para os associados, uma sala para o desporto, uma sala para o seu grupo folclórico, uma sala de convívio, piscina, cantina e ringue. No desporto já tem consolidadas várias equipas de futebol que com o tempo torna-se na actividade desportiva de maior projecção, na área recreativa regista uma forte actividade, com a realização de diversos eventos e no plano cultural tem no grupo folclórico o seu expoente máximo.
Em 1997, a instituição acolhe a valência de ATL, actualmente com 46 crianças e a funcionar em regime de pontas. “Tornámo-nos na entidade mais dinamizadora da vila, lugar que ocupamos ainda hoje”, afirma o presidente.

Com 30 anos, o Centro de Vila Nova de Sande tem cerca de meio milhar de sócios activos e 13 funcionários. A área desportiva mantém-se com muita pujança e, para além do futebol, detém, segundo o presidente, uma das melhores equipas de karaté Wado-Kai do país e mesmo a nível mundial, como comprova o recente 4º lugar alcançado no Campeonato do Mundo da modalidade, que decorreu no Japão em Agosto de 2005.
Os sócios podem frequentar aulas de aeróbica e cardio-fitness a preços bastante reduzidos. Às crianças que frequentam as valências de jardim-de-infância e ATL, proporciona a prática de natação. Anualmente, realiza dezenas de iniciativas culturais desde teatro, música, conferências, poesia, etc. Na sede da instituição existe também uma pequena biblioteca que serve também como posto público de Internet, em parceria com a junta de freguesia local. Organiza vários passeios anuais, festas temáticas e eventos. Além destas actividades a instituição tem também participado em diversas acções de solidariedade social, algumas delas em conjunto com outras organizações, nomeadamente a Cruz Vermelha Portuguesa.

Como projectos futuros, Manuel Martins elege a construção de um centro de dia, de um lar e o alargamento das valências para o apoio domiciliário. “Temos uma população muito idosa e sentimos necessidade de fazer alguma coisa para ajudá-la”, diz. A Câmara de Guimarães já disponibilizou o terreno para construção e já existe um projecto, faltam os fundos. “Começámos sem nada e hoje temos uma grande obra para apresentar. Lembro-me das dezenas de pessoas que no final da Missa Dominical, trocavam o descanso ou passeio domingueiro por uma tarde de trabalho na nossa instituição. Aos poucos deitavam-se mais uns pilares, erguia-se mais uma parede e conseguimos, por isso agora não será diferente”, afirma optimista o presidente do Centro.

 

Data de introdução: 2009-06-04



















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