Os responsáveis da Cáritas Portuguesa e da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade reafirmaram a necessidade de adoptar outras medidas, além do Rendimento Social de Inserção (RSI), para promover a autonomia das pessoas necessitadas. Eugénio Fonseca e o padre Lino Maia disseram não terem ficado surpreendidos com o aumento de mais de 15 por cento no número de beneficiários do RSI e sublinham a importância deste instrumento para acudir a situações extremas de carência.
De acordo com o site da Segurança Social, o número de pessoas a receber o RSI em Portugal aumentou 15,3 por cento até Setembro, face a igual período do ano passado, para um total de 379.849 beneficiários.
"Não me espanta, era previsível e está dentro dos números que as várias organizações têm vindo a apresentar, sugerindo um aumento de 10 a 20 por cento no número de pessoas que procuram apoio", referiu Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas.
Para este responsável, o RSI "pode ser um bom instrumento para acudir a situações extremas", mas não é "uma panaceia para o problema". Defende, por isso, que se aposte em superar as causas que levam as pessoas a pedir o RSI, nomeadamente na revitalização da economia e na consequente criação de postos de trabalho. "Preocupa-me que se esteja a alterar o perfil dos que pedem protecção social, surgindo agora pedidos de pessoas que têm formação superior", alerta.
Para o padre Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, o aumento do recurso ao RSI é a "constatação de que há mais casos de necessidade". Considerando que o RSI "pode ser um bom instrumento ao serviço da autonomia das pessoas", o responsável sublinha que "é preciso que não se eternize o subsídio", advogando outras formas de promoção de autonomia das pessoas que se encontram em situação de carência.
"Há que encontrar outras formas de ajudar as pessoas a recuperar formas de vida autónoma", defende.
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