OPINIÃO

Reformar o Estado

Viver em Portugal é cada vez mais uma aventura que exige de todos e cada um de nós uma imensa carapaça de resiliência!
Este jardim à beira mar plantado, considerado de brandos costumes e recomendado por uma notável cultura de convivência entre culturas e pensares diferentes, por uma hospitalidade que se pode orgulhar de ter sido dos poucos (se não único) países capazes de, em meses, acolher de regresso a casa mais de 800 mil concidadãos que tiveram de regressar à pressa de uma descolonização atabalhoada (apesar de inevitável e desejável), conseguindo integrá-los e com eles aprender que é nas dificuldades que se criam excelentes oportunidades, e nas crises que se forjam excelentes e consolidadas condições para todas as transformações…este país está a ficar irreconhecível!

É evidente e, felizmente, possível que, apesar das muitas e complexas situações de adversidade com que os portugueses se vão confrontando, o bom Povo acaba sempre por traçar um rumo que continue a valorizar os “heróis do mar” e a proteger-se dos “piratas em terra” que, infelizmente são cada vez mais!

A obscena promiscuidade entre o mundo da política, dos negócios, das descaradas apropriações que, com a bênção do Estado e muitas vezes com a sua cumplicidade se vão operando num atentado despudorado ao que deveria constituir um alienável BEM COMUM, recomendam que, com a maior urgência e em nome da NAÇÃO que o Estado supostamente deveria servir, se promova uma REFORMA corajosa desse Estado que tem provado não estar à altura da gestão dos Valores que a Nação Portuguesa recebeu em herança dos seus heróicos antepassados!

O que se tem passado na forma como se legisla, se julga, se governa, vendo um Estado “forte com os fracos” e “fraco diante dos fortes”, reclama uma corajosa e profunda REFORMA!
Foi curioso (muito curioso mesmo) verificar como uma anunciada intenção de revisão constitucional (desajeitada, aliás, na forma e na substância!) provocou uma barreira de aço em defesa do actual Estado e da Constituição que o suporta!
Só cá para nós: estaremos mesmo convencidos de que vivemos num Estado Social?
Sou dos que não reconhecem como solução para a defesa do Bem Comum o princípio em voga:”deixem o mercado funcionar” e a justiça social acontecerá!
Mas também não sou anjinho ao ponto de imaginar que um Estado e um Governo são “sociais” só porque assim gostam de se proclamar, mas que praticam políticas que “de social a sério” apenas ostentam a intenção e o nome!

Pe. José Maia

 

Data de introdução: 2010-08-05



















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