PRESIDENTE DA CNIS À TVI24

Instituições de solidariedade podem chegar ao limite de ajuda

O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) teme que, com o aumento da pobreza causado pelo agravamento das medidas de austeridade, seja impossível ajudar todos os que precisam.

Portugal tem muita pobreza escondida

«Temo que isso aconteça. Tudo tem limites e as instituições de solidariedade não são fontes inesgotáveis», alertou ao tvi24.pt.

O padre Lino Maia acredita que a pobreza «tenderá a agravar-se» em 2011, porque «os apoios aos carenciados vão diminuir» e «o desemprego vai aumentar».

«Essas medidas têm de ser acompanhadas por um olhar sério para aqueles que vêm contrariando a pobreza, não tanto com mais apoios para as instituições, mas com maior compreensão e diálogo com elas», defendeu.

Segundo o presidente da CNIS, era possível «fazer mais com os mesmos apoios» se as instituições de solidariedade «não fossem tão castigadas com exigências»: «Por exemplo, há inspecções a mais, as orientações estão sempre a mudar e há uma desincentivação do voluntariado.»

Para o padre Lino Maia, é preciso «incentivar o envolvimento da comunidade». «As exigências da ASAE desincentivam a ajuda. Obrigam a demasiados cuidados com as dádivas», lamentou, apelando aos portugueses que ainda conseguem ajudar para o fazerem.

Orçamento de Estado? «Não sei o que será melhor...»

Será a aprovação do Orçamento de Estado para 2011 que irá pôr em prática as ideias já anunciadas pelo Governo e o responsável da CNIS admite não saber o que será melhor para os portugueses.

«Apesar dos muitos apelos à responsabilidade, não sei o que será melhor. Vamos andando de anúncios em anúncios de austeridade, mas sem um horizonte, um rumo definido», disse.

O padre Lino Maia apelou ao Governo para realizar reformas «a pensar não apenas na diminuição da dívida, mas para criar novas perspectivas aos portugueses».

 

Data de introdução: 2010-10-06



















editorial

NO CINQUENTENÁRIO DO 25 DE ABRIL

(...) Saudar Abril é reconhecer que há caminho a percorrer e seguir em frente: Um primeiro contributo será o da valorização da política e de quanto o serviço público dignifica o exercício da política e o...

Não há inqueritos válidos.

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Liberdade e Democracia
Dentro de breves dias celebraremos os 50 anos do 25 de Abril. Muitas serão as opiniões sobre a importância desta efeméride. Uns considerarão que nenhum benefício...

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

Novo governo: boas e más notícias para a economia social
O Governo que acaba de tomar posse tem a sua investidura garantida pela promessa do PS de não apresentar nem viabilizar qualquer moção de rejeição do seu programa.