Este orçamento constituirá certamente um “marco” no descrédito dos sucessivos actores políticos que nos têm (dês) governado na última década!
Sei que num jornal como este, que é porta-voz da CNIS, a produção de opiniões de natureza política deveria ser, em princípio, politicamente correcta! Porém, e porque, felizmente, há toda a liberdade de opinião para quem aqui escreve…de vez em quando, ouso trazer para esta coluna algumas reflexões desalinhadas de um certo “pensar e agir político-social” que, em relação a políticas sociais, tem deixado muito a desejar!
Seria hipócrita se não confessasse que nunca esperei de um Governo que defende o Estado Social a “ousadia” de retirar às IPSS direitos que elas, pelo seu trabalho, foram conquistando ao longo de muitos anos, designadamente, o aumento dos descontos para a Segurança Social (feito há uns tempos) e agora (através deste Orçamento MAU/BOM) o pagamento do IVA (sem direito a reembolso) !
Já nem falo do Código Contributivo, medida inspiradíssima que irá engrossar a estatística dos desempregados que, através de contratos de prestação de serviços, poderiam ir usufruindo de oportunidades de trabalho!
Feito o desabafo, vamos à mensagem positiva que este Orçamento 2011 nos transmite:
O orçamento será mau, exigente para quem tiver de pagar mais ao Estado…porém, acabará por se revelar bom na medida em que ajudará o país a começar a sair do buraco financeiro em que o meteram! Oxalá se cumpram tão bons augúrios!
Lá para Março do próximo ano…iremos ter os primeiros ecos deste orçamento. Então…voltaremos a conversar!
Entretanto, a DEMOCRACIA ganhou com estes episódios tipo/telenovela que rodearam as conversações entre os dois maiores partidos políticos!
O bom povo, habitualmente, brando e sereno para com os seus governantes, certamente que irá abrir os olhos e começar a pensar na urgência em praticar uma CIDADANIA MAIS ACTIVA, não dando procurações em branco a gente que se tem revelado incapaz de gerir os dinheiros públicos. Agora começamos todos a compreender melhor os elevadíssimos custos das famigeradas “derrapagens” das obras públicas e outras tantas trapalhadas governativas que atiraram um país inteiro para um buraco financeiro que nos vai trazer ajoelhados a credores internacionais durante alguns anos!
Pe. José Maia
Data de introdução: 2010-11-10