VILA NOVA DE GAIA

Um oásis para alunos com deficiência

A integração de jovens com necessidades educativas específicas no ambiente escolar do 2.º e 3.º ciclo é inédita em Gaia. Após terem ganho o selo de "Boas Práticas", da Delloite, os mentores do programa querem alargar o espaço e receber mais alunos.

O projecto é pioneiro em Gaia e um dos poucos a nível nacional. A Unidade Multideficiência nasceu em Outubro de 2009, fruto da perseverança da direcção do Agrupamento de Escolas Dr. Costa Matos, que levou o plano à Direcção Regional de Educação do Norte (DREN). O organismo gostou da ideia e financiou a criação de uma sala de aula única na EB 2,3 Teixeira Lopes, em Gaia.

"Não fazia sentido ter alunos com 15 anos no 1º ciclo. O projecto surgiu para dar continuidade ao trabalho que o agrupamento tem feito ao nível do ensino básico e para promover a inclusão destes jovens entre os seus pares", justifica Filinto Lima, director da escola. A unidade acolhe sete crianças, com idades entre os 10 e 15 anos, e já tem lista de espera, apesar de não ter mais espaço.

Lucinda Rodrigues, directora da área de educação especial, refere que a forte procura se deve ao currículo misto, que permite que crianças com quadros de múltiplas deficiências possam ter actividades adaptadas, que são coordenadas com disciplinas do ensino regular, fomentando a interacção com alunos da mesma idade.

A unidade resulta do esforço de vários organismos que apoiaram o projecto desde o início. O espaço organiza, com a ajuda da Cercigaia e da APPACDM, formação especializada para os pais. A Câmara de Gaia disponibiliza técnicos de musicoterapia e psicomotricidade e o Clube Hípico de Arcozelo, à semelhança do que aconteceu no ano passado, deverá oferecer aulas de hipoterapia, agendadas para a Primavera.

Dois professores e três assistentes operacionais dedicam-se em exclusivo a estes jovens, desenvolvendo conteúdos adaptados ao aluno. O objectivo é que se torne autónomo, através do treino exaustivo de competências. Susana Gonçalves, professora de ensino especial, indica que "parte do material é construído para a funcionalidade de cada aluno, para baixar os níveis de ansiedade".

A direcção quer integrar mais crianças no programa, que foi nomeado para o concurso "Boas Práticas no Sector Público", promovido pela Delloite. Para tal, aguarda que o Ministério da Educação faça as obras há muito solicitadas. Até lá, os mentores da ideia esperam que o seu exemplo seja seguido por mais escolas.

Jornal de Notícias

 

Data de introdução: 2011-02-08



















editorial

Financiamento ao Sector Social

Saúda-se a criação desta Linha de Financiamento quando, ao abrigo do PARES ou do PRR, estão projetadas ou em curso importantes obras no âmbito da transição ambiental e da construção ou requalificação de...

Não há inqueritos válidos.

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Agenda do Trabalho Digno – um desafio às IPSS
Durante muitos anos, dirigi, com outras pessoas, uma IPSS. Em um pouco mais de metade das suas valências os utentes não pagavam. Nessas, os acordos de cooperação celebrados com o...

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

Maio, mês do recomeço e do trabalho
Desde tempos imemoriais que em certas regiões europeias se celebra maio como o mês do recomeço, do lançamento de um novo ciclo temporal, a meio caminho entre a Primavera e o...