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Bens esquecidos e sem uso vão poder ter vida nova através de plataforma de doações

Objectos esquecidos em casa e sem uso vão poder ter uma vida nova através do site dou.pt, uma plataforma de doações que arranca em Outubro e espera gerar uma poupança de 22 milhões de euros em três anos. "O dou.pt é um ebay de doações", disse à Lusa o coordenador do projeto, explicando como funciona: "Eu tenho um bem, tiro uma fotografia ou descrevo o que é o bem, dou-lhe uma categoria e ele fica online. De uma forma muito simples e rápida, em menos de trinta segundos, consigo pôr um produto online".

Por outro lado, adiantou Pedro Saraiva, para quem pesquisa, aparece uma listagem das pessoas que têm o produto pesquisado, por exemplo um livro,
de acordo com a proximidade. Ou seja, "aparece primeiro o vizinho que está
a 200 metros e depois aparece alguém que está a dois quilómetros", porque o objetivo é juntar as pessoas mais próximas, seja em afinidade, seja geograficamente.
O site faz a ligação entre quem quer dar alguma coisa a que já não dá uso e quem quer receber, sendo aberto a particulares, mas também associações, empresas ou instituições. Todos podem fixar doações e pesquisar, permitindo assim ligaçöes diretas entre os vários utilizadores do dou.pt de forma a reutilizar os bens que para uns já não têm uso, mas são imprescindíveis para outros.

De acordo com o coordenador do projeto, é a pessoa que anuncia o bem que decide, entre os interessados, para quem é que ele vai, sendo sugerido que a transacção seja feita de forma presencial.
Apesar de ser uma doação, o sistema faz uma avaliação constante de todas as transações e não só monitoriza quantos bens são transacionados em qualquer momento por qualquer pessoa ou entidade, como pergunta a quem recebe o que achou de quem doou e vice-versa. "O objetivo é credibilizar o sistema e vai-se percebendo quem são as pessoas e como é que elas funcionam e o sistema vai dando medalhas, de alguma forma vai tentando motivar as pessoas através do seu reconhecimento na sociedade", adiantou Pedro Saraiva.

Em relaçäo às categorias de produtos que vão estar disponíveis, o responsável explicou que não serão admitidos alimentos e que as categorias serão dinâmicas e "crescendo em árvore", desde roupa, eletrónica ou produtos para bebés.
Pedro Saraiva clarificou que não se trata de uma plataforma de doações apenas para Instituições Particulares de Solidariedade Social, ainda que quem doa possa optar por fazê-lo a uma IPSS, esclarecendo que a plataforma de doação pretende também chegar à classe média e à média alta. "Se não aparecer nenhum interessado, eu recebo um aviso a perguntar se quero prorrogar o anúncio, se eu não responder ou responder que não, eu recebo automaticamente uma informação a dizer-me o que é que eu devo fazer ao produto para o reciclar", disse o responsável.

O projecto está pensado para três anos e Pedro Saraiva acredita ser possível gerar poupanças de 22 milhões de euros, com base nos produtos que väo para o lixo indiscriminadamente, mas também no valor que o sistema assume para cada produto doado.
A apresentação oficial do dou.pt está marcada para 31 de outubro, Dia Mundial da Poupança.

 

Data de introdução: 2011-10-08



















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