Metade dos cidadãos da União Europeia (UE) estão dispostos a pagar mais pelas suas compras diárias, como exemplo para produtos do comércio justo, se souberem que tal é susceptível de beneficiar países em vias de desenvolvimento, segundo o Eurobarómetro. De acordo com o Eurobarómetro, os europeus consideram a ajuda aos pobres como uma prioridade e 84 por cento dos inquiridos apoiam a ajuda ao desenvolvimento em todo o mundo, a fim de ajudar pessoas em situação de pobreza.
A maioria dos cidadãos da União Europeia (84%) também apoia o facto de a ajuda da UE incidir fortemente na boa governação e nos direitos humanos nos países em desenvolvimento, uma directriz proposta pelo comissário europeu Andris Piebalgs na «Agenda para a mudança», que estabelece uma abordagem mais estratégica para a redução da pobreza.
Os dados revelam ainda que 62 por cento dos cidadãos europeus são a favor de aumentar a ajuda ao desenvolvimento, pelo menos, para 0,7 por cento do rendimento nacional bruto da União Europeia até 2015 e que 70 por cento considera a África Subsariana como a parte do mundo que mais necessita de ajuda para combater a pobreza seguida do Médio Oriente e do Norte de África (33 por cento).
Por outro lado, 42 % dos inquiridos consideram que a eficácia da ajuda pode ser reforçada, essencialmente, trabalhando mais estreitamente com os próprios países em desenvolvimento, enquanto 36 % preferem uma melhor cooperação com outros países doadores, como os Estados Unidos e a Austrália. O mesmo estudo destaca que a juventude europeia é a melhor aliada dos pobres do mundo uma vez que os jovens da Europa entre os 15 e os 24 anos manifestaram apoio à política de desenvolvimento. Nove em cada dez jovens pensam que é importante ajudar as pessoas pobres e 41 por cento pensa que é "muito importante", em comparação com 35 por cento das pessoas com mais de 40 anos. Os jovens também assumem o seu empenho pessoal mais forte com a causa, estando 53 por cento dos jovens e 60 por cento dos estudantes dispostos a pagar mais pelos produtos (do comércio justo, por exemplo) se tal beneficiar as pessoas pobres do mundo.
Para o Comissário responsável pelo Desenvolvimento, Andris Piebalgs, "os europeus estão a enviar uma mensagem clara aos políticos na UE e de países terceiros". "Mesmo em tempos de crise económica, continuam firmemente empenhados em ajudar os outros a sair da pobreza. Esta generosidade tem de ser correspondida pela responsabilidade política. Temos de ser mais eficientes e transparentes mostrando os resultados da nossa ajuda para provar que os fundos representam uma verdadeira diferença", frisou.
O Eurobarómetro "Fazer a diferença no mundo: os europeus e o futuro da ajuda ao desenvolvimento" foi realizado em 27 estados-membros da União Europeia em Setembro tendo sido directamente entrevistados 26 856 europeus com 15 ou mais anos. O inquérito tem por objectivo avaliar os pontos de vista do público sobre a ajuda ao desenvolvimento e o futuro da cooperação para o desenvolvimento, antes da Fórum de Alto Nível sobre a Eficácia da Ajuda que se realizará em Busan, na Coreia do Sul, entre 29 de Novembro e 02 de Dezembro.
A União Europeia no seu conjunto (os Estados-Membros e EuropeAid, fundos administrados pela Comissão) é o maior doador de ajuda oficial ao desenvolvimento e ajuda pessoas em mais de 150 países. Em 2010, concedeu 53,8 mil milhões de euros (mais de metade da ajuda mundial).
Data de introdução: 2011-11-25