Há duas listas candidatas às eleições para a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade que se realizam no próximo sábado. O padre Lino Maia lidera a lista institucional, lista A, e candidata-se ao terceiro mandato consecutivo à frente dos desígnios da maior representante das IPSS portuguesas. A lista B é encabeçada pelo padre Arsénio Isidoro, do Centro Comunitário Paroquial da Ramada, de Lisboa.
O V Congresso da CNIS vai ter lugar em Fátima, no Seminário do Verbo Divino, no dia 04 de Fevereiro de 2012. É um congresso que se destina unicamente à realização do acto eleitoral dos órgãos sociais da CNIS para o próximo triénio.
A abertura do Congresso está marcada para as 10 horas, sendo que o acto eleitoral, propriamente dito, vai decorrer entre as 11 e as 15 horas. A tomada de posse dos novos órgãos eleitorais está marcada para as 17 horas.
São cerca de 2700 as associadas da CNIS, mas apenas perto de 2100 estão em condições estatutárias para exercerem direito de voto. Nas últimas eleições votaram cerca de 600 IPSS. “Estamos preparados para dar resposta cabal se aparecerem metade das associadas da CNIS. O que nunca aconteceu”, diz o presidente da Mesa da Assembleia geral. O Solidariedade entrevistou, Mário Dias, que, nessas funções, cumpre o seu último acto.
Qual é ponto de situação, relativamente à preparação do Congresso?
Está tudo preparado. Seguiu a convocatória dentro da tramitação legal, foi comunicado a todas as Uniões que deviam ter entregue a lista dos sócios em pleno gozo dos seus direitos, está entregue e está validado. O Presidente da Assembleia geral vai verificar se está tudo em condições, relativamente ao pagamento efectivo dos sócios, se assim for está tudo preparado.
Como vai decorrer o Congresso?
Este congresso é só eleitoral, sem divulgação de programas e debate de candidaturas. As pessoas chegam ao Verbo Divino e terão sete postos de atendimento. Têm um boletim de inscrição para o voto, com esse boletim dirigem-se a um posto de recepção. Se estiver em condições, é-lhes carimbado o original desse boletim a dizer que está válido para voto, que pode ser exercido, numa urna que estará numa sala autónoma.
É possível votar por procuração?
É que está nos estatutos. Quanto às procurações, entendemos fazer ligeiramente diferente: Há dois postos de recepção para validação das procurações, onde estão representantes da comissão de apoio, a comissão que está a apoiar a organização do evento, com um representante de cada lista. Depois de validada a procuração a pessoa dirige-se rapidamente ao posto de recepção, carimba o documento que está apto para votação e pode votar. A situação de ficarmos pendurados, como aconteceu no último acto eleitoral, por uns duzentos casos de procurações, em princípio, está sanada.
Este modelo de Congresso é mais prático?
Do meu ponto de vista este modelo é o mais prático. O modelo antigo mostrou-nos que, ao nível da Solidariedade Social, pode haver ideias diferentes, diversos modos de actuação, mas não pode ser instalado um clima de confrontação, como o que se verificou no último acto eleitoral. Bem como não deve voltar a repetir-se o gesto deselegante, do ponto de vista institucional, da lista vencida que abandonou a sala logo após ter tido conhecimento dos resultados, não assistindo à tomada de posse. Antes das eleições deve discutir-se tudo, mas depois do acto eleitoral a CNIS tem que agir como um todo.
É a última Assembleia geral da CNIS que vai dirigir. Que balanço faz?
As Assembleias gerais foram todas mais ou menos cordatas. Houve uma outra com mais excitação e mais participação acalorada, mas tudo isso é normal em reuniões deste tipo que servem para isso mesmo. As pessoas devem exprimir as suas opiniões. Depois de ultrapassada a discussão devemos manter-nos unidos, sobretudo nestes tempos de crise. Vamos ter muito que fazer: desde matar a fome a muita gente, socorrer pessoas que estão desesperadas, por estarem desempregadas ou por quaisquer outros motivos… vamos ter mesmo muito trabalho. Quanto ao desempenho da direcção, em meu entender, houve em relação ao anterior mandato uma clara melhoria. A equipa foi mais coesa, bem assessorada, sobretudo do ponto de vista jurídico, mas também do ponto de visto político-institucional, sempre preservando a autonomia da CNIS, independentemente da cor dos governos. Houve conquistas importantes, neste tempo de crise, como foi o caso do IVA, obtenção de um fundo para financiamento das IPSS, protocolo de cooperação… Esta direcção tem conseguido defender os interesses das IPSS e, por isso, o interesse dos portugueses mais desfavorecidos.
O que deseja ao seu sucessor?
Desejo que seja equilibrado nas Assembleias e que saiba ouvir toda a gente. Tem que ser forte na condução dos trabalhos, perseverante, que tenha a calma necessária para lidar com alguns excessos. Depois de sairmos das assembleias podemos continuar com ideias diferentes, mas temos que permanecer unidos que o trabalho a fazer é muito.
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