As celebrações quaresmais e pascais, apesar de um progressiva laicização das tradições religiosas, sobretudo as que decorrem em espaço público, continuam a constituir um desafio à nossa condição de crentes, a interpelar-nos sobre a forma como vivemos a nossa cidadania cristã. Os relatos da paixão de Jesus, sobretudo quando encenados por gente que vive o que representa, colocam-nos uma interrogação de difícil resposta, a saber: o que levou um homem a aceitar sofrer e morrer, sem qualquer culpa, sem ter manifestado revolta ou ódio em relação a quem o fez crucificar num Cruz? Mesmo quem não tem educação cristã, conhece bem a história e sente a sua indiferença e agnosticismo um pouco tremidos e inseguros em face da trajectória de vida, morte e ressurreição do Nazareno! A cultura reinante não aceita a cruz, a adversidade, o perdão como propostas de filosofia de vida. Ao contrário: somos constantemente bombardeados com apelos a uma competitividade agressiva, ao sucesso a qualquer preço, ao consumo sem limites, a não olhar a meios para atingir fins!
Infelizmente, nos tempos que nos tocou viver, quem não for capaz de conviver com as adversidades, as incompreensões, as cada vez mais frequentes situações de injustiças, pobreza, doença, solidão… terá muita dificuldade em carregar as várias cruzes que, experiências de vida como estas, significam no dia-a-dia da nossa existência!
Cristo transformou a sua “sepultura de morte” num “ventre a jorrar uma Vida nova de ressurreição”! Apesar de todas as contrariedades e sofrimentos, Viva a ESPERANÇA!
Pe. José Maia
Data de introdução: 2012-04-06