OPINIÃO

Os Jogos e a Televisão

A cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos veio confirmar que poucas cidades no mundo podem organizar um evento desta natureza. Não se trata apenas dos custos da festa, mas só esses chegam para reduzir visivelmente o número de candidatos à sua realização.
Há certamente muitas cidades com capacidade financeira suficiente para gastar 32 milhões de euros na festa de abertura de umas olimpíadas, que terá sido quanto custou a cerimónia de Londres, mas já não se poderá dizer o mesmo, quando se fala das centenas de milhões indispensáveis à criação de todas as condições necessárias à sua realização. Não apenas de condições materiais, mas também de condições históricas, políticas, culturais e desportivas suficientes para fazerem de uma cidade, pelo espaço de alguns dias, o centro do mundo. Por isso, e embora os Jogos tenham sempre o nome de uma cidade, os governos é que assumem a responsabilidade pela sua execução.
A partir dos anos setenta do século passado, as cerimónias de abertura dos Jogos assumiram um relevo verdadeiramente extraordinário. É verdade que cada olimpíada ficará na História pelos recordes, mais ou menos extraordinários, que forem batidos durante as provas, nomeadamente de atletismo e de natação, mas o esplendor da cerimónia de abertura ficará para sempre na memória de milhões de pessoas. A cerimónia de abertura é pois a primeira grande competição dos Jogos. A rivalidade entre cidades organizadoras começa precisamente aí, embora se possa dizer que já não há muito espaço de manobra para se fazer mais do que já foi feito. Quer do ponto de vista da tecnologia, quer do ponto de vista da criatividade.
Os responsáveis pelos Jogos de Londres fizeram questão de promover, na cerimónia de abertura, a identidade histórica do seu país. É discutível se este cunho nacionalista terá sido o mais adequado ao carácter universalista de uma celebração olímpica. Muita gente poderá pensar que a cerimónia serviu, sobretudo, para exaltar o sentimento de superioridade de que os britânicos são acusados muitas vezes.
É também discutível se a história foi correcta e se foi bem construída, mas ninguém poderá pôr em causa o seu mérito televisivo. Afinal, nos tempos actuais, os Jogos fazem-se para a Televisão…


António José da Silva

 

Data de introdução: 2012-08-14



















editorial

VIVÊNCIAS DA SEXUALIDADE, AFETOS E RELAÇÕES DE INTIMIDADE (O caso das pessoas com deficiência apoiadas pelas IPSS)

Como todas as outras, a pessoa com deficiência deve poder aceder, querendo, a uma expressão e vivência da sexualidade que contribua para a sua saúde física e psicológica e para o seu sentido de realização pessoal. A CNIS...

Não há inqueritos válidos.

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Que as IPSS celebrem a sério o Natal
Já as avenidas e ruas das nossas cidades, vilas e aldeias se adornaram com lâmpadas de várias cores que desenham figuras alusivas à época natalícia, tornando as...

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

Adolf Ratzka, a poliomielite e a vida independente
Os mais novos não conhecerão, e por isso não temerão, a poliomelite, mas os da minha geração conhecem-na. Tivemos vizinhos, conhecidos e amigos que viveram toda a...