OPINIÃO

Da ganância à Partilha : Um desafio à Europa

Muita gente se interrogou sobre o “porquê” da atribuição do “nobel da paz” à União Europeia no ano que agora findou. Num tempo em que a linguagem atrevida e provocadora de alguns políticos da nossa praça nos quer habituar a valorizar mais a nossa condição de contribuintes fiscais do que a identidade de cidadãos com direitos e deveres, é tempo de dizer: NÃO!
A quem nos vier apelar para nos “oferecermos” como cidadãos mansos e bons soldados disponíveis para nos deixarmos mobilizar para conter a rebelião de dezenas de milhões de europeus que, graças a uma globalização da riqueza que se foi acumulando nos cofres de alguns, se estão a ver atirados para o desemprego e uma imensa pobreza e desamparo social, diante da completa e vergonhosa INDIFERENÇA de países que nos admitiram no clube da União Europeia enquanto lhes fomos úteis para alargar os seus mercados de venda…respondamos: NÃO!
Neste contexto, faz sentido interpretar a atribuição do “nobel da paz” à União Europeia como uma “interpelação ao sentido humanista e social” dos líderes europeus a quem cabe a responsabilidade de prevenir, enquanto é tempo, uma desunião de países e povos que se estão a ver defraudados com o projecto europeu!
Os insaciáveis mercados financeiros, ao serviço das bolsas da especulação que lavam dinheiro de quem trabalha e produz para o “sujar” e desviar para contas bancárias de “paraísos fiscais”, não podem continuar a matar empregos de quem quer trabalhar e não consegue e a roubar reformas de milhões de cidadãos que, após uma vida inteira de descontos, se estão a ver espoliados dos seus direitos para pagarem despesas de Estados comandados por gananciosos interesses económicos, em nome de um interesse que se afirma como desígnio nacional, a saber: o “equilíbrio das contas públicas”!
Que o “nobel da paz”, concedido à União Europeia, ajude os líderes europeus a saber ouvir e temer o “grito de revolta social” que pode comprometer um projecto que se anunciou como um “projecto de paz e solidariedade entre povos”, mas se está a revelar cada vez mais como um “projecto gerador de desigualdades sociais e de empobrecimento de pessoas e empresas”!

Pe. José Maia

 

Data de introdução: 2013-01-11



















editorial

REGIME JURÍDICO DO MAIOR ACOMPANHADO-Conclusões

Seis anos transcorridos sobre o novo regime jurídico do maior acompanhado e a mudança de paradigma que com ele se ambicionava, a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade promoveu um colóquio que decorreu no...

Não há inqueritos válidos.

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Emudeceu-se a voz mais sonante e credível da fraternidade
Embora consciente de que “o Solidariedade” é um jornal isento de qualquer ideologia, de influências político-partidárias ou de qualquer proselitismo religioso,...

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

O apagão mal comunicado
O veredito dos cidadãos espanhóis e portugueses quanto à comunicação dos seus governos sobre o apagão é claramente negativo. Em Espanha, quase 60% dos...