Em mais uma longa reunião do Conselho Geral, muitas foram as informações prestadas pela Direcção da CNIS aos restantes conselheiros acerca das mais diversas matérias que se prendem com o dia-a-dia das IPSS.
O padre Lino Maia começou por alertar os presentes para a necessidade de as instituições com obras em curso no âmbito do POPH se candidatarem aos novos apoios. Ou seja, com o novo despacho governamental de Maio último, a comparticipação estatal para a construção de Estruturas Residenciais para Idosos (ERI), e que era de 60%, passou para 75%, enquanto a que abrange residências para pessoas portadoras de deficiência passou de 70% para 85%.
O presidente da CNIS confirmou que há IPSS a receber notificações para se candidatarem à nova comparticipação, lembrando que para o conseguirem “cada instituição tem que o fazer por iniciativa própria”.
Relativamente à questão da celebração de novos Acordos de Cooperação para os novos equipamentos, o padre Lino Maia referiu que “está tudo na mesma”, ou seja, não há novos acordos.
A Direcção da CNIS informou ainda os conselheiros de que “não tem havido grandes progressos” quanto à Rede de Cuidados Continuados Integrados, essencialmente, porque “tem havido uma permanente fuga à discussão desta matéria por parte do Ministério da Saúde”, explicou o padre Lino Maia.
Há em cima da mesa uma proposta conjunta da CNIS e da União das Misericórdias para que sejam celebrados acordos para o segundo semestre de 2013, o que não levantaria problemas de financiamento, uma vez que o primeiro semestre está no fim.
“Não estamos de acordo que seja o Ministério da Saúde a definir quais são as instituições com as quais se estabelecerá o acordo”, defendeu o presidente da CNIS, acrescentando: “O Ministério da Saúde está claramente a fugir à questão, desculpando-se com o argumento de que o dinheiro foi para as Administrações Regionais de Saúde, mas não foi indexado às instituições”.
Já quanto ao trabalho desenvolvido no âmbito da Comissão Nacional de Acompanhamento e Avaliação do Protocolo de Cooperação (CNAAPC), José Casaleiro informou que foi abordada a questão da majoração das verbas do SAD e discutida a forma dos acordos de cooperação para Lares de Infância e Juventude (LIJ), entre outros assuntos.
Sobre os LIJ, “as coisas têm avançado e o que foi lá dito é que há muitas instituições com acordos atípicos”, sustentou o membro da Direcção, acrescentando: “Vai haver uma avaliação para saber se a verba se justifica. Há diversas respostas atípicas que vão passar a ter acordos típicos, pois há instituições com valores abaixo e que estão totalmente desactualizados”.
Entretanto, e com a entrada em vigor do SERE+ (Sensibilizar, Envolver, Renovar, Esperança, MAIS), os
valores serão actualizados ainda durante o mês de Junho, com retroactivos a Janeiro.
Nesta matéria, a Direcção deixou um alerta, para que as IPSS adiram ao SERE+, pois, como disse o padre Lino Maia, “a CNIS representa as IPSS mas não pode caucionar tudo, se as instituições se recusam a aderir, a CNIS nada pode fazer”.
Informação muito importante prestada aos conselheiros é a que diz respeito ao alargamento da 18ª cláusula do Protocolo de Cooperação para 2013/2014.
“Esta é uma porta de saída para a falta de novos acordos de cooperação e para as instituições garantirem a sustentabilidade”, argumentou o padre Lino Maia.
O que a cláusula diz é que a quebra de utentes em uma valência pode cobrir o excesso noutra, sem a necessidade de novo acordo de cooperação, sendo que o pré-escolar passa também a estar abrangido, apesar de não constar do Protocolo de Cooperação.
No entanto, o presidente da CNIS deixou um aviso: “A reconversão de pré-escolar em lar é muito complicado, mas é algo que tem que ser estudado caso a caso”.
REDE DE INTERVENÇÃO NACIONAL
Por outro lado, o presidente-adjunto da CNIS, João Dias, esclareceu que “tem havido uma evolução na situação das pessoas com paralisia cerebral e das portadoras de deficiências intelectuais”, em resposta às muitas questões levantadas pela Federação das Associações Portuguesas de Paralisia Cerebral (FAPPC) e da Humanitas. No entanto, foi solicitado à FAPPC que fizesse, à semelhança do que a Humanitas já fez, um levantamento de toda a situação das suas associadas, sobre o que existe e das necessidades, para se fazer chegar ao Ministério da Solidariedade e da Segurança Social.
A derradeira matéria a ser abordada no Conselho Geral do passado dia 17 de Junho foi a criação da Rede Nacional de Intervenção Social.
“Esta rede foi imaginada para criar um acompanhamento dos beneficiários do RSI, com tendência a serem as IPSS a fazerem-no”, começou por explicar o padre Lino Maia, referindo ainda: “O Governo vai disponibilizar verbas para apoios extraordinários, como para aquisição de óculos, medicamentos, etc., e o Ministério da Solidariedade e da Segurança Social quer que sejam as IPSS a fazer esse apoio”.
O líder da CNIS lembrou que, “cada vez mais, há situações que necessitam de apoio continuado e extraordinário”, pelo que está idealizado criar a figura do “gestor de família”.
Para a criação desta Rede Nacional de Intervenção Social vão ser convidadas cerca de 80 IPSS, que cobrirão todo o território nacional, à excepção das Ilhas, que serão dotadas de meios e estarão em concertação com a Segurança Social.
“Serão as IPSS a decidir, mas terá que haver uma constante troca de informações com a Segurança Social”, revelou o padre Lino Maia, que informou ainda: “A CNIS não vai propor IPSS, mas serão as Uniões Distritais a ser contactadas para identificarem as instituições a participar”.
Foi ainda garantida a celebração de acordos de cooperação, porque a implementação desta rede implicará custos, essencialmente, com pessoal, algo que a CNIS pretendia ter feito ainda durante o primeiro semestre, mas tal já não será viável.
A próxima reunião do Conselho Geral está agendada para o dia 28 de Outubro, às 15h00, em Fátima.
P.V.O.
Data de introdução: 2013-06-19