O Ministério da Solidariedade e Segurança Social, que agora integra ainda a pasta do Emprego, para além de ganhar a respectiva secretaria de Estado, protagonizou uma das mais surpreendentes remodelações a este nível, com os anteriores secretário de Estado da Solidariedade e Segurança Social, Marco António Costa a deixar o cargo sendo substituído pelo ex-deputado do PSD, Agostinho Branquinho.
Se a rendição do anterior secretário de Estado do Emprego, Pedro Roque, que esteve apenas seis meses no cargo, por Octávio Félix de Oliveira já encerrou alguma surpresa, a nomeação de Agostinho Branquinho constituiu, sem dúvida, a «troca» mais surpreendente.
O antigo deputado «laranja» Agostinho Branquinho deixa a Santa Casa da Misericórdia do Porto, para onde en
trou em Setembro de 2012, depois de ter desempenhado funções executivas na área de media e tecnologias, entre Novembro de 2010 e Setembro de 2012, no grupo Ongoing, no Brasil.
Agostinho Branquinho, de 56 anos, foi deputado entre 2005 e 2011, tendo em paralelo a profissão de «consultor de empresas». Licenciado em História e pós-graduado em Recursos Humanos, frequentou ainda o curso de Contabilidade, no Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto, sendo que da sua nota biográfica na Assembleia da República não consta qualquer experiência profissional ligada à Segurança Social, área que agora vai tutelar no Governo liderado por Passos Coelho e sob a égide do ministro Pedro Mota Soares.
No entanto, o seu currículo acaba por já referir alguma experiência na área, fruto dos nove meses em que esteve na Santa Casa da Misericórdia do Porto.
O agora secretário de Estado, nos anos em que foi deputado, exerceu funções de vice-presidente da bancada parlamentar social-democrata e foi membro da comissão de Defesa Nacional.
Por outro lado, Agostinho Branquinho conta já com alguma experiência governativa, pois no primeiro mandato de Cavaco Silva foi adjunto do secretário de Estado da Juventude e no segundo acabou promovido a ministro-adjunto do, então, ministro da Juventude, António Couto dos Santos.
Para além de todas estas funções, foi ainda jornalista, nos anos 1980, no jornal O Comércio do Porto e na RTP.
Recorde-se que Agostinho Branquinho é um dos casos mais mediáticos dos últimos anos de ligação entre a
política e o mundo dos negócios, quando em 2010 deixou o cargo de deputado do PSD ao ser contratado pelo grupo Ongoing para liderar a sua operação no mercado brasileiro, onde esteve até Setembro último.
O até agora secretário de Estado, Marco António Costa, deixa o Governo para exercer funções de coordenador e porta-voz da Direcção do PSD.
Relativamente à pasta do Emprego, que sai do Ministério da Economia, o anterior secretário de Estado, Pedro Roque, evocou a vontade de voltar a liderar os TSD (Trabalhadores Social-Democratas), tendência da central sindical UGT, para abandonar o Governo ao fim de apenas seis meses.
O novo responsável da pasta do Emprego, Octávio Félix de Oliveira vem do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), onde exercia o cargo de director-geral desde Dezembro de 2011, quando substituiu Francisco Madelino.
Octávio Félix de Oliveira foi director do Centro de Emprego de Picoas, em Lisboa, entre 1997 e 2002, e vice-presidente do respectivo Conselho Directivo entre Novembro de 2004 e Abril de 2005. Nessa altura, este quadro do IEFP, que também foi Delegado Regional, assumiu o cargo de director do Centro de Formação Profissional para a Indústria da Cerâmica. Para além destes cargos, o agora secretário de Estado do Emprego foi também vereador do PSD na Câmara Municipal de Torres Novas, em 2003.
P.V.O.
Data de introdução: 2013-07-26