O projecto Banco de Partilha Social arranca no Porto, este fim-de-semana, e vai percorrer todo o país até 28 de Junho, altura em que será divulgado em Lisboa, anunciou o mentor da iniciativa. O responsável, Luís Figueiredo, explicou que serão visitadas 94 localidades, nas quais se esclarecem dúvidas, se explica o projecto e se conhecem potenciais colaboradores. "Vamos estar a fazer pré-entrevistas de emprego nos locais que visitarmos", mas também "auscultar as populações para melhor podermos adaptar os nossos serviços às suas necessidades", disse Luís Figueiredo.
O Banco de Partilha Social (BPS) é uma iniciativa que pretende criar 20 mil postos de trabalho e, ao mesmo tempo, apoiar milhares de idosos de todo o país e de forma diária. Os portugueses são convidados a abrir uma conta solidária de 20 euros por ano (cujo destino pode ser seguido na página na internet da instituição e que será reembolsado) e esse dinheiro vai servir para criar uma rede de hortas e uma rede de apoios para idosos.
Depois do Porto segue-se Viana do Castelo, Ponte da Barca, Póvoa do Varzim..., na busca de apoios e de futuros trabalhadores.
A seguir, explicou Luís Figueiredo, vai ser criada uma rede de "anjos sociais", jovens desempregados com formação em áreas sociais e que, com um apoio de uma viatura, vão garantir acompanhamento a idosos da respectiva localidade (de ir ao médico a fazer compras ou apenas conversar). E vão ser criadas "hortas natura", com o apoio de autarquias (cedência de terreno) e sob a responsabilidade de agricultores sociais, desempregados com apetência, não importando a idade. "A ideia é conseguir chegar a um em cada dez cidadãos preocupados com a taxa de desemprego e com a dignidade dos seus cidadãos activos e dos seus idosos. Cada uma dessas pessoas é desafiada a poupar, por ano, 20 euros no BPS e a manter essa conta aberta durante cinco anos. No fim desses cinco anos terá um crédito de 100 euros para gastar numa qualquer horta natura e a satisfação de ter contribuído para uma causa social nacional inédita", disse o responsável.
A forma "muito simples" de começar a criar empregos e de "dar dignidade à população idosa" está, segundo Luís Figueiredo, a ter grande aceitação, a julgar pelas reações, quer directas quer através da rede social Facebook.
O BPS, disse também o responsável, vai transformar-se numa cooperativa de solidariedade social (com o apoio da Cooperativa António Sérgio para a Economia Social) e vai dar informações detalhadas e diárias do projeto na sua página na internet (www.bancodepartilha.org).
E Luís Figueiredo não tem dúvidas. Por todo o país haverá uma rede de agricultores biológicos e uma rede de "anjos" (com um ordenado fixo), a cuidar de uma rede de idosos. "Ninguém nos impede a capacidade de fazer acontecer o bem".
Não há inqueritos válidos.