SIDA

Dia mundial dedicado às mulheres infectadas

Em todo o mundo, cerca de metade dos 40 milhões de adultos infectados com VIH, são mulheres. O Dia Mundial de Luta Contra a Sida, que se assinala esta quarta-feira, destaca este ano o aumento da doença entre a população feminina.

De acordo com o Programa das Nações Unidas para o combate ao VIH/Sida (ONU/Sida), cerca de 39,4 milhões de adultos (entre os 15 e os 49 anos) estão neste momento seropositivos ou doentes com Sida em todo o mundo. Só em 2004 surgiram cinco milhões de novos casos de infectados com VIH (dos quais 650.000 crianças) e 3,1 milhões de pessoas morreram devido à doença.

A jornada contra a doença, que se assinala todos os anos a 01 de Dezembro, chama este ano a atenção para a condição feminina perante a doença, já que o número de mulheres portadoras do vírus tem aumentado no mundo, com progressões mais fortes na gsia (56 por cento) - em grande parte devido à contribuição da China - e na Europa de Leste (48 por cento) - principalmente pelo aumento de casos na Rússia e Ucrânia.

Para a ONU/Sida, o controlo da epidemia só será possível "se envolvermos as mulheres na resposta", lutando contra a discriminação de que são frequentemente vítimas e que as impede de aceder à educação, aos tratamentos e ao emprego. "Se não for permitido às mulheres aceder à justiça e equidade, não venceremos a Sida", declarou Peter Piot, director executivo da ONU/Sida, salientando que, em muitos países, é difícil ou mesmo proibido à mulher recusar relações sexuais de risco ou exigir o uso do preservativo.

A transmissão do vírus do homem para a mulher é duas vezes mais provável do que o inverso e a maior parte delas contrai a doença por causa do comportamento de alto risco do companheiro, sobre o qual não têm qualquer controlo.

É na África sub-sariana, a região mais atingida pela doença, que a "feminização" da epidemia é mais marcante, já que cerca de 60 por cento (13,3 milhões) dos adultos com VIH são mulheres e três quartos dos jovens infectados (entre os 15 e os 24 anos) são do sexo feminino, de acordo com o relatório anual da ONU/Sida, divulgado em Outubro.

Ainda de acordo com este documento, Portugal e Brasil são fortes contribuintes para o crescimento da epidemia no mundo, enquanto outros países de língua portuguesa como Timor-Leste e Angola mantêm níveis baixos da doença.

Portugal, que até Dezembro do ano passado tinha notificados 23.347 casos de infecção pelo VIH, tem uma das taxas de diagnóstico de novas infecções mais elevadas da Europa Ocidental (que regista 610 mil infectados).

O responsável pelo Plano Nacional de Luta contra a Sida, Meliço Silvestre, admitiu recentemente que o número total de casos que existem realmente no país possa rondar entre os 30 e os 40 mil, uma situação que considerou "não alarmante, mas preocupante". A sida já causou mais de 20 milhões de mortos no mundo inteiro desde que os primeiros casos foram identificados em 1981.

 

Data de introdução: 2004-12-02



















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