A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) encerra no final de Março se não surgir uma "solução de emergência", pois não conseguiu renovar os apoios do Estado e está sem fundos para continuar a funcionar, revelou o secretário-geral.
Em declarações à Agência Lusa, João Lázaro, secretário-geral da APAV, disse que a associação está sem condições para sobreviver para além do mês de Março, uma vez que não conseguiu a renovação do protocolo que estabelece o apoio do Estado, o que deveria ter acontecido em Dezembro de 2002.
Em resposta às queixas da APAV, fonte do Ministério da Justiça confirmou à Lusa que naquela altura "não se terá chegado a acordo" para a renovação do protocolo, mas afirmou que recentemente o Ministério propôs uma solução financeira a curto prazo, que a associação recusou argumentando que só aceitava propostas a um ano, no mínimo.
A mesma fonte não soube porém esclarecer qual o motivo que terá levado o Estado a não renovar o protocolo com a APAV em 2002. No entanto, assegurou que recentemente, e por já estar em gestão, o Governo propôs à APAV a "atribuição de uma verba que lhe permitiria manter as portas abertas até ao Verão, deixando assim para o próximo Executivo a solução definitiva".
A mesma fonte acusou ainda a APAV de ter recusado também um edifício cedido pelo Ministério da Justiça, no qual funcionava um gabinete entretanto extinto, para funcionar como sede da associação.
O orçamento anual da APAV ronda os 130 mil contos (650.000 euros), terá que "começar a fazer o emagrecimento", com o encerramento de gabinetes e o cessar de actividades, até fechar completamente as portas.
Aliás, João Lázaro afirmou que já no ano passado a APAV teve que fechar um gabinete e reduzir o horário de funcionamento de outros, tendo neste momento a funcionar em todo o país 13 gabinetes, nos quais trabalham 200 voluntários.
Segundo o relatório anual da APAV, em 15 anos de funcionamento esta instituição ajudou perto de 50 mil vítimas de crimes.
Data de introdução: 2005-03-01