A troika vai, mas a CRISE fica!
Mesmo com uma “saída limpa”, o país fica “muito sujo e manchado” com os dolorosos “danos colaterais” destes três últimos anos em que Portugal esteve sob assistência financeira do FMI, do BCE e da União Europeia!
Deixando aos nossos atores políticos (governo e oposição) a enorme responsabilidade de buscarem soluções inteligentes e consistentes para o médio e longo prazo do nosso percurso como país livre e soberano, há uma missão que “quem faz da solidariedade uma CAUSA DE VIDA” terá de assumir, sem a poder declinar, sob pena de “capitulação em combate”.
Esta missão obriga-nos a “ser consciência crítica e ética”, a anunciar e a denunciar tudo o que possa atentar contra o BEM COMUM e a DIGNIDADE HUMANA.
Parafraseando o linguajar político, (que fala recorrentemente em “recalibrar soluções”), todos nós, a designada “sociedade civil” e de modo especial os promotores e agentes de solidariedade, devemos sentir-nos convocados para manter, em permanência, na agenda da nossa cidadania participativa, até onde nos for possível, as “vítimas” do chamado ajustamento que nos foi imposto como consequência de políticas de sucessivos desgovernos que nos atolaram numa “dívida colossal”!
Teremos de, oportuna e inoportunamente, como diz S. Paulo, lamentar um clima de “medos, inseguranças, exílios dentro do seu próprio país” que está a asfixiar muitas centenas de milhar de desempregados, muitas centenas de milhar de idosos que vivem em pobreza extrema, nuns casos, e, noutros, numa solidão e angústia que transforma muitas destes dramas humanos numa “situação de exílio na sua própria casa”, tipificando o que os psiquiatras qualificam como “processos de angústia” pelo “confronto com a realidade”!
Por fim: no DEO, ao nível financeiro e fiscal, ficou tudo previsto e quantificado num pormenor que até nos surpreendeu! Aguardemos para ler se haverá o mesmo pormenor em relação a outras “políticas! Por exemplo, depois de tantas “lágrimas crocodilo” sobre a profunda crise demográfica em que o país está mergulhado, devemos estar alerta para encontrar e avaliar as “medidas de política de apoio a famílias” que já têm e/ou querem continuar a ter mais filhos (pressupondo que constarão neste Documento de Estratégia Orçamental: DEO). Como estas “preocupações de sociedade” não perpassam, como deviam, pelas estatísticas nem preenchem as agendas político/mediáticas, que tudo comandam, temos de “estar de olho neles”!
Pe. José Maia
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