JANEIRO DE 2016

CNIS - 35 ANOS

1. Inicialmente sob a designação de União das Instituições Particulares de Solidariedade Social (UIPSS), a CNIS foi fundada em 15 de Janeiro de 1981, no Porto, por 43 representantes de IPSS que rubricaram o documento instituidor daquela que, em Janeiro de 2003, viria a assumir o nome que melhor identificava a sua realidade de sempre: Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS).

Por sua predisposição, a CNIS é um elo unificador de um sem número de respostas de integração social e comunitária, de proteção dos cidadãos em todo o ciclo de vida, e em particular nas situações de fragilidade e diminuição da funcionalidade, doença, deficiência e dependência e em todas as situações de falta ou diminuição de meios de subsistência ou de capacidade para o trabalho, de educação e formação profissional, na resolução dos problemas habitacionais das populações e desenvolvimento de iniciativas de promoção e proteção da saúde.

Por sua opção, a CNIS congrega associadas de origem e natureza tão diversificada como Associações e Fundações de Solidariedade Social (muitas), Casas do Povo, Cooperativas de Solidariedade Social, Misericórdias e Mutualidades (algumas), Centros Sociais Paroquiais e Institutos de Organizações Religiosas (muitos). No total confedera 2.813 Instituições Particulares de Solidariedade Social, sendo 2 Federações, 3 Uniões Regionais, 16 Uniões Distritais e 2.792 Instituições de base.

Por sua disposição, a CNIS é a expressão do saber crer e do saber querer das comunidades que, jamais se demitindo das suas responsabilidades, por solidariedade, caridade, compaixão e cidadania, se organizam para responder às suas próprias necessidades e assim dão remédio aos sofrimentos da pobreza, dão consistência à coesão social, dão caminho ao desenvolvimento local e dão oportunidade à igualdade de oportunidades. De todas as comunidades, desde a mais recôndita e a mais nordestina à mais ocidental das ilhas adjacentes.

Por sua vocação, a CNIS é o espelho da gratuitidade de muitos corações, da capilaridade por todo o território nacional e do engenho e da arte no serviço da proximidade. Assim, há sempre portas que diariamente se abrem e há sempre corações a palpitar. Para o serviço ao próximo que carece de acolhimento institucional para crianças e jovens em perigo, para o alojamento social de emergência, para o apoio domiciliário, para cantinas sociais, para casas abrigo, para centros (de acolhimento, de convívio, de dia e de noite para pessoas idosas, de apoio à vida e a toxicodependentes), para o apoio familiar e aconselhamento parental, para centros comunitários e protocolares, para atividades ocupacionais e de tempos livres...

2. A CNIS tem sido uma das três vozes do sector social e solidário. Não disputa preponderância, mas pelo que se vê, pelo que se ouve e pelo que se lê, não se pode ignorar que é uma voz credível e cuja credibilidade se foi consolidando no histórico de capacidade, de dedicação e de serviço de todos os seus dirigentes de todos os seus trinta e cinco anos.

Voz com autoridade porque confedera mais de 50% das Instituições de Solidariedade. Bastante mais, aliás. Voz que a todos dá voz, mesmo que a CNIS não se "aprume" para se fazer audível. Voz onde todos têm vez. E pela sua liberdade, isenção e credibilidade, também sempre é ouvida a sua voz e lhe é dada vez para definir enquadramentos, marcos e rumos.

Enquanto organização plural e enquanto organização congregadora.

No seu seio todas as instituições estão como devem estar: em comunhão. As instituições confessionais e as não confessionais, as da Igreja Católica e as das outras Igrejas, as que são dirigidas por pessoas com muito legítimas opções ideológicas e as que têm dirigentes crentes ou não crentes. Todas, porque na comunhão está a sua força de perenidade construtora.

3. A CNIS tem como grande objetivo implementar e desenvolver uma Estratégia de apoio e robustecimento das organizações, com vista à promoção da qualidade de vida dos cidadãos e do restabelecimento da sua dignidade como pessoas.

A importância de identificar constrangimentos e oportunidades a nível local que leve a uma tomada de decisões fundadas no conhecimento da realidade e promova o trabalho em rede, em parceria entre os vários sectores, solidário, social, empresarial, autárquico e outras organizações locais, visa combater a exclusão e promover a coesão social.

A participação e o envolvimento de todos permite que estas organizações sejam polos de desenvolvimento local

Só uma metodologia de investigação /ação permite atingir os objetivos traçados.

A intervenção no domínio da solidariedade social visa facilitar a mudança, o desenvolvimento, valorizando e recolhendo a aprendizagem das organizações e das comunidades.

É necessário conhecer para intervir e compreender para mudar adequando as organizações às reais necessidades das populações razão fundante da sua existência.

A CNIS como Confederação Nacional tem o dever maior de participar na conceção e implementação das Políticas Públicas que vão ao encontro do cidadão e lhe permitam por si exercer os seus direitos de cidadania.

Combater a indiferença, o absentismo e o imobilismo é Missão da CNIS e das organizações que representa.

Defender a dignidade humana promover o crescimento integrado e integral de todos para todos é o rosto de uma Confederação que deseja e quer um País que aposte no que de melhor tem - o seu Povo.

Lino Maia

 

Data de introdução: 2016-01-08



















editorial

Financiamento ao Sector Social

Saúda-se a criação desta Linha de Financiamento quando, ao abrigo do PARES ou do PRR, estão projetadas ou em curso importantes obras no âmbito da transição ambiental e da construção ou requalificação de...

Não há inqueritos válidos.

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Agenda do Trabalho Digno – um desafio às IPSS
Durante muitos anos, dirigi, com outras pessoas, uma IPSS. Em um pouco mais de metade das suas valências os utentes não pagavam. Nessas, os acordos de cooperação celebrados com o...

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

Maio, mês do recomeço e do trabalho
Desde tempos imemoriais que em certas regiões europeias se celebra maio como o mês do recomeço, do lançamento de um novo ciclo temporal, a meio caminho entre a Primavera e o...