1. Inicialmente sob a designação de União das Instituições Particulares de Solidariedade Social (UIPSS), a CNIS foi fundada em 15 de Janeiro de 1981, no Porto, por 43 representantes de IPSS que rubricaram o documento instituidor daquela que, em Janeiro de 2003, viria a assumir o nome que melhor identificava a sua realidade de sempre: Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS).
Por sua predisposição, a CNIS é um elo unificador de um sem número de respostas de integração social e comunitária, de proteção dos cidadãos em todo o ciclo de vida, e em particular nas situações de fragilidade e diminuição da funcionalidade, doença, deficiência e dependência e em todas as situações de falta ou diminuição de meios de subsistência ou de capacidade para o trabalho, de educação e formação profissional, na resolução dos problemas habitacionais das populações e desenvolvimento de iniciativas de promoção e proteção da saúde.
Por sua opção, a CNIS congrega associadas de origem e natureza tão diversificada como Associações e Fundações de Solidariedade Social (muitas), Casas do Povo, Cooperativas de Solidariedade Social, Misericórdias e Mutualidades (algumas), Centros Sociais Paroquiais e Institutos de Organizações Religiosas (muitos). No total confedera 2.813 Instituições Particulares de Solidariedade Social, sendo 2 Federações, 3 Uniões Regionais, 16 Uniões Distritais e 2.792 Instituições de base.
Por sua disposição, a CNIS é a expressão do saber crer e do saber querer das comunidades que, jamais se demitindo das suas responsabilidades, por solidariedade, caridade, compaixão e cidadania, se organizam para responder às suas próprias necessidades e assim dão remédio aos sofrimentos da pobreza, dão consistência à coesão social, dão caminho ao desenvolvimento local e dão oportunidade à igualdade de oportunidades. De todas as comunidades, desde a mais recôndita e a mais nordestina à mais ocidental das ilhas adjacentes.
Por sua vocação, a CNIS é o espelho da gratuitidade de muitos corações, da capilaridade por todo o território nacional e do engenho e da arte no serviço da proximidade. Assim, há sempre portas que diariamente se abrem e há sempre corações a palpitar. Para o serviço ao próximo que carece de acolhimento institucional para crianças e jovens em perigo, para o alojamento social de emergência, para o apoio domiciliário, para cantinas sociais, para casas abrigo, para centros (de acolhimento, de convívio, de dia e de noite para pessoas idosas, de apoio à vida e a toxicodependentes), para o apoio familiar e aconselhamento parental, para centros comunitários e protocolares, para atividades ocupacionais e de tempos livres...
2. A CNIS tem sido uma das três vozes do sector social e solidário. Não disputa preponderância, mas pelo que se vê, pelo que se ouve e pelo que se lê, não se pode ignorar que é uma voz credível e cuja credibilidade se foi consolidando no histórico de capacidade, de dedicação e de serviço de todos os seus dirigentes de todos os seus trinta e cinco anos.
Voz com autoridade porque confedera mais de 50% das Instituições de Solidariedade. Bastante mais, aliás. Voz que a todos dá voz, mesmo que a CNIS não se "aprume" para se fazer audível. Voz onde todos têm vez. E pela sua liberdade, isenção e credibilidade, também sempre é ouvida a sua voz e lhe é dada vez para definir enquadramentos, marcos e rumos.
Enquanto organização plural e enquanto organização congregadora.
No seu seio todas as instituições estão como devem estar: em comunhão. As instituições confessionais e as não confessionais, as da Igreja Católica e as das outras Igrejas, as que são dirigidas por pessoas com muito legítimas opções ideológicas e as que têm dirigentes crentes ou não crentes. Todas, porque na comunhão está a sua força de perenidade construtora.
3. A CNIS tem como grande objetivo implementar e desenvolver uma Estratégia de apoio e robustecimento das organizações, com vista à promoção da qualidade de vida dos cidadãos e do restabelecimento da sua dignidade como pessoas.
A importância de identificar constrangimentos e oportunidades a nível local que leve a uma tomada de decisões fundadas no conhecimento da realidade e promova o trabalho em rede, em parceria entre os vários sectores, solidário, social, empresarial, autárquico e outras organizações locais, visa combater a exclusão e promover a coesão social.
A participação e o envolvimento de todos permite que estas organizações sejam polos de desenvolvimento local
Só uma metodologia de investigação /ação permite atingir os objetivos traçados.
A intervenção no domínio da solidariedade social visa facilitar a mudança, o desenvolvimento, valorizando e recolhendo a aprendizagem das organizações e das comunidades.
É necessário conhecer para intervir e compreender para mudar adequando as organizações às reais necessidades das populações razão fundante da sua existência.
A CNIS como Confederação Nacional tem o dever maior de participar na conceção e implementação das Políticas Públicas que vão ao encontro do cidadão e lhe permitam por si exercer os seus direitos de cidadania.
Combater a indiferença, o absentismo e o imobilismo é Missão da CNIS e das organizações que representa.
Defender a dignidade humana promover o crescimento integrado e integral de todos para todos é o rosto de uma Confederação que deseja e quer um País que aposte no que de melhor tem - o seu Povo.
Lino Maia
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