A ministra da Presidência defendeu que a inovação social não é uma forma de "desresponsabilizar o Estado" na sua função social, nem de "enriquecer à custa dos problemas sociais", mas uma maneira sustentável de os tentar resolver.
"A inovação social não é desresponsabilizar o Estado na sua função social. Pelo contrário, responsabiliza-o mais ainda no apoio e na capacitação dos inovadores", disse Maria Manuel Leitão Marques na conferência europeia "Novas Perspetivas para a Inovação Social", na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
Também "não visa privatizar o sistema de apoio social", mas sim de colaborar com ele, ajudando-o na aplicação de "métodos e medição rigorosa do impacto desse apoio", adiantou ministra da Presidência e da Modernização Administrativa.
Sublinhou ainda que a inovação social "não é contra" as habituais respostas de intervenção social", mas complementa-as, porque "já não são suficientes".
Maria Manuel Leitão Marques esclareceu também que a "inovação social não é uma forma de enriquecer à custa dos problemas sociais dos outros", mas "uma forma sustentável de os tentar resolver".
A conferência europeia reúne cerca de 1.400 participantes empreendedores sociais, representantes da sociedade civil, decisores regionais e nacionais, filantropos, investidores de capital de risco e “business angels” que debatem o futuro da inovação social.
"É para sabermos o que nos une e o que nos distingue, como podemos ir mais longe, o que podemos aprender uns com os outros, que organizámos esta conferência", disse Maria Manuel Leitão Marques.
Numa mensagem de vídeo, o presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker, garantiu que a Comissão dá muita importância a iniciativas como a que está a decorrer em Lisboa e citou o filósofo francês Blaise Pascal para dizer que gosta "das coisas que vão juntas".
"O nosso objetivo não pode ser e não deve limitar-se apenas à competitividade das nossas economias. O nosso objetivo deve ser também assegurar uma maior coesão social e um ambiente mais harmonioso", disse Juncker na mensagem, salientando a dimensão social da União Europeia e considerando que é a inovação social a fazer a força da Europa.
E desafios como o desemprego, em particular o dos jovens, a pobreza, a preparação dos cidadãos face às novas tecnologias são responsabilidades de todos os países, afirmou.
Coorganizada pela Comissão Europeia, Governo e Fundação Calouste Gulbenkian, a conferência pretende sensibilizar, promover e analisar o impacto da inovação social, tanto em Portugal como no resto da Europa, bem como impulsionar o desenvolvimento de um ecossistema de entidades e membros da sociedade civil no seio de uma sociedade hiperconectada.
Neste sentido, irá envolver uma rede de entidades públicas, privadas e público-privadas, tais como organizações de economia social, fundações, empresas, empreendedores independentes, “business angels”, membros da academia, investidores, políticos e outros membros da sociedade civil.
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