O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse saber as dificuldades atuais das instituições de solidariedade social e defendeu que, à medida que o país se "afasta da crise", se deve reforçar o apoio ao setor.
"Espero que, à medida que nos afastamos da crise, seja possível olhar com ainda maior atenção e apoio o esforço de instituições como esta", afirmou o chefe de Estado, numa intervenção durante a visita que efetuou à Associação de Desenvolvimento da Figueira, uma instituição particular de solidariedade social, na localidade de Figueira, no concelho de Penafiel.
Minutos antes, Ângelo Guedes, diretor da associação, tinha-se queixado da insuficiência de apoios do Estado às diferentes respostas sociais, nomeadamente ao serviço de apoio às vítimas de violência doméstica que existe na instituição há 14 anos e foi o primeiro do género no país.
Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que tomava "devida nota" das queixas do dirigente e referiu que a situação é semelhante à que tem observado em "muitas instituições de solidariedade social".
"Sei que a Segurança Social faz o que pode em muitos domínios, sei que essas instituições, em muitos casos, esperariam um apoio maior no domínio da saúde, e também, em parte, da solidariedade social", referiu.
Ouvido por dezenas de pessoas ligadas ao setor social na região de Penafiel, o Presidente da República prosseguiu: "A obra que aqui é desenvolvida e muitas outras obras por todo o país defrontam-se com desafios financeiros, técnicos, materiais e às vezes humanos. Portanto, precisam de uma atenção, de um apoio de uma solicitude ainda maior".
Insistindo na importância das IPSS, Marcelo Rebelo de Sousa recordou que, "quando o país atravessou várias crises, aquilo que suportou o tecido social, em larga medida, foi a rede de instituições de solidariedade social, que chegava onde o Estado não chegava, chegava onde até as autarquias sozinhas não podiam chegar, nem os municípios, nem as freguesias".
O Presidente da República referiu-se depois ao facto de a instituição estar a comemorar 25 anos de atividade, defendendo que se trata de algo muito importante.
"Eu dou valor a estes 25 anos porque sei o que custa criar esta obra e atingir os 25 anos", acentuou, reafirmando saber as dificuldades daquele tipo de instituições porque desde novo colaborou com várias, onde foi dirigente.
A visita do chefe do Estado aconteceu, como sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa, a convite do conselheiro de Estado Lobo Xavier, presente na cerimónia, que tem casa na localidade e preside à assembleia-geral da instituição.
Ao longo da tarde, Marcelo foi recebido por dezenas de crianças e conheceu as várias respostas sociais da Associação de Desenvolvimento da Figueira, ao nível da infância, idosos, cuidados continuados e apoios às vítimas de violência doméstica, contactando demoradamente com os utentes.
O presidente da Câmara, Antonino Sousa, assinalou a tradição de Penafiel na área da assistência social, recordando que a Santa Casa da Misericórdia daquela cidade é das mais antigas do país.
A propósito da instituição de Figueira, uma pequena localidade com cerca de 300 eleitores, o autarca recordou que a valência de apoio às vítimas de violência doméstica, onde são acolhidas várias mulheres, foi criada há 14 anos, quando o assunto não tinha ainda o mediatismo atual, traduzindo a sensibilidade social que existe no concelho.
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