COVID-19 - TESTEMUNHO UDIPSS BRAGA

Luz ao fundo do túnel?

Com o intuito de traçar um retrato da situação das IPSS a nível nacional perante a pandemia do novo coronavírus, fica o testemunho dos responsáveis pelas diversas estruturas intermédias da CNIS.
Assim, aos dirigentes das Uniões Distritais e das federações da área da Deficiência que integram a CNIS foram colocadas duas questões sobre o momento atual.

ROBERTO ROSMANINHO MARIZ, UDIPSS Braga.

1 – Que balanço faz da pandemia nas IPSS do distrito?

"O balanço manifesta a capacidade das IPSS em se ajustarem e adaptarem às dificuldades, sem fugirem das suas responsabilidades. As valências da Infância, além das valências da Deficiência e Centro de Dia, foram fechadas. Isto obrigou as instituições a adaptarem-se: procurando o enquadramento legal para os colaboradores em ordem à sustentabilidade; e fortalecendo o vínculo possível à distância com os seus utentes. Tudo isto procurando manter um equilíbrio entre o serviço prestado e a redução das mensalidades. Muitas foram as dúvidas e incertezas. Com dedicação, esforço e responsabilidade foram encontrando-se as soluções com a interação dos colaboradores e das famílias. Relativamente às valências para as pessoas idosas, o desafio foi e é imenso. Sabemos da vulnerabilidade das pessoas mais idosas perante a infeção por Covid-19. Temos instituições que conseguiram ter todas a gente negativa para a doença, mas muitas instituições, nomeadamente em ERPI, passaram pela dificuldade de lidar com pessoa infetadas, entre colaboradores e utentes. Em articulação entre IPSS, Centro Distrital da Segurança Social, ACES, ANPC, Igreja e autarquias, foi-se procurando encontrar as soluções possíveis".

2 – Como perspetiva o futuro próximo?

"O futuro apresenta-se difícil e desafiante. Sobre as valências de Infância, diversas IPSS têm perguntado: Quem paga os materiais de proteção? Vai existir um encargo acrescido com todo material desinfetante e de proteção? Os pais vão sentir-se confiantes ao levarem as crianças para as valências? E os colaboradores, como vão sentir-se? Há muitas incertezas. Mas as IPSS, como sempre, darão o seu melhor. Nas valências dos idosos, mantém-se o desafio imenso para continuar a controlar os possíveis casos positivos o mais cedo possível, evitando o contágio. Os colaboradores, na sua grande maioria, aceitaram sacrifícios que não pensavam fazer, como ficarem 14 dias seguidos nas instituições. Outro desafio é conseguir uma maior proximidade entre estes utentes e as suas famílias. Pela internet consegue-se algum contacto, mas não é a mesma coisa. Finalmente: a sustentabilidade. Se muitas IPSS já estavam em dificuldade, com este aperto a dificuldade irá crescer. Urge uma solução que minimize esta realidade. Não vejo as IPSS a imputarem estes custos às famílias nas mensalidades, elas que também sairão desta pandemia com dificuldades económicas acrescidas. Foi dado o aumento extraordinário de 3,5% nas comparticipações, mas será necessário mais, ou um outro aumento significativo para o ano ou a atribuição de um valor suplementar por utente para as valências afetadas, nomeadamente as que lidam com os idosos. Não vimos nenhuma IPSS negar-se a assumir as despesas com EPI e outros materiais, mas é preciso olhar esta realidade".

 

Data de introdução: 2020-05-05



















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