Com o intuito de traçar um retrato da situação das IPSS a nível nacional perante a pandemia do novo coronavírus, fica o testemunho dos responsáveis pelas diversas estruturas intermédias da CNIS.
Assim, aos dirigentes das Uniões Distritais e das federações da área da Deficiência que integram a CNIS foram colocadas duas questões sobre o momento atual.
PAULA PIMENTEL, UIPSSD Bragança.
1 – Que balanço faz da pandemia nas IPSS do distrito?
"As instituições tiveram necessidade de se adaptar, muito rapidamente, a esta nova forma de viver, de agir e de estar perante a Covid-19. O medo, a preocupação e a incerteza eram as palavras de ordem e desde o início tomaram conta de dirigentes e profissionais das IPSS. Mas, desde logo, procurámos agir, reagir e pensar nos mecanismos disponíveis para fazer face aos piores cenários. As preocupações têm sido muitas, sendo que a principal sempre foi a de assegurar que o vírus não entrasse nas instituições e se propagasse entre os utentes e trabalhadores. Esta continua a ser a nossa maior preocupação! Passados quase dois meses de grande instabilidade, o balanço é francamente positivo no distrito de Bragança. Mas o caminho é longo. Uma inquietação sentida foi a de procurar manter motivados os colaboradores, gerindo emoções e pensamentos positivos de forma a assegurar que todos consigam agir eficazmente. As nossas equipas e profissionais têm sido excecionais, aos quais eu gostaria de deixar uma palavra de agradecimento e gratidão. Uma grande dificuldade sentida, de início, foi a de elaborar os planos de contingência. A UIPSSDB teve aqui um papel muito importante na medida em que orientou e respondeu aos pedidos das suas associadas. Desde sempre, houve necessidade e uma grande preocupação em garantir a sensibilização, responsabilização e informação a toda a equipa. Em termos de custos, posso afirmar que nos deparamos com despesas aumentadas, receitas limitadas e que, a garantia de aquisição de EPI tem sido uma grande preocupação, quer pelos valores de mercado aumentados quer pela carência dos mesmos. Uma palavra de apreço também aos muitos dirigentes que, voluntariamente, dedicam toda a sua força e energia".
2 – Como perspetiva o futuro próximo?
"Quero acreditar que tudo isto vai ser ultrapassado... Quando? Não me parece que voltemos à normalidade tão depressa e haverá, certamente, necessidade de nos adaptarmos e criarmos respostas circunstanciais para tentar criar uma “nova” normalidade. Há ainda muitas dúvidas, medos, receios e angústia, mas também coragem para seguir e ajudar a manter a motivação de todos. Os tempos que se avizinham, não serão certamente fáceis. Mais do que nunca, as instituições precisam de encontrar soluções para se adaptarem a uma nova realidade e conviver com o vírus. Cada vez mais, a gestão das IPSS tem que ser eficaz e transparente e, por sua vez, os seus dirigentes devem estar mais presentes do que nunca na vida das instituições, muito capacitados e com visão, precaver o futuro. Cada vez mais, a população precisará de nós. Cada vez mais, o Governo tem de olhar para o Sector Social e Solidário com outros olhos, investindo seriamente em quem é capaz de fazer mais, de fazer “muito com pouco”, de quem é capaz de garantir o apoio efetivo às populações mesmo sem grandes incentivos e apoios".
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