Com o intuito de traçar um retrato da situação das IPSS a nível nacional perante a pandemia do novo coronavírus, fica o testemunho dos responsáveis pelas diversas estruturas intermédias da CNIS.
Assim, aos dirigentes das Uniões Distritais e das federações da área da Deficiência que integram a CNIS foram colocadas duas questões sobre o momento atual.
ABÍLIO CUNHA, FAPCC.
1 – Que balanço faz da pandemia nas IPSS do distrito?
"Presumo que ninguém estaria preparado para enfrentar e se adaptar tão rapidamente a este cenário atípico. E que se mantém até aos dias de hoje... E também as associadas da Federação das Associações Portuguesas de Paralisia Cerebral não foram exceção e todas elas, de forma pronta e com muito pragmatismo, tiveram necessidade de se (re)estruturar e de reinventar os seus serviços para continuarem a prestar o apoio aos seus clientes e utentes. Na maior parte dos serviços prestados foi possível concretizar o apoio, constante, à distância. Mas no que concerne às residências e ao apoio domiciliário, serviços que requerem a continuidade presencial dos apoios prestados, foi necessário recorrer a outras soluções, para os apetrechar de meios e recursos que garantissem a proteção dos clientes, utentes e das equipas. E se as associadas da FAPPC corresponderam, o mesmo já não se poderá dizer em relação à articulação com as entidades locais e nacionais. Tenho que salientar que as orientações dos organismos competentes pela respetiva “emissão” nem sempre se adequaram às dificuldades e às realidades sentidas. A FAPPC desde logo procurou prestar todas as informações e apoio às suas associadas, partilhando muita informação com (e entre!) associadas e, pelo Barómetro Covid-19 (paralisia cerebral) estamos a auscultar o ponto de situação das pessoas com paralisia cerebral".
2 – Como perspetiva o futuro próximo?
"Olho o futuro próximo com profunda preocupação relativamente ao plano de desconfinamento anunciado pelo governo, nomeadamente a abertura dos equipamentos sociais na área da Deficiência no dia 18 de maio. Há muitas dúvidas que nos assolam e muitas questões que ainda não vimos respondidas. Solicitamos, por tal, até antes de 18 de maio sermos ouvidos sobre a abertura dos equipamentos sociais. Sendo muitos os serviços prestados pelas associadas da FAPPC, nada foi dito quanto à forma como estes serviços irão abrir. E, lamentavelmente, até à data não fomos auscultados sobre estas matérias. Todos estes serviços, nunca poderão (ou deverão) abrir a 100%, mas sim de forma faseada. E, para que isso aconteça, é fundamental que as IPSS sejam consideradas prioritárias nas medidas a adotar pelas entidades oficiais. Que a estas respostas sejam consideradas e garantidas as medidas indispensáveis aos apoios e recursos tais como, entre outras, o apoio à aquisição de equipamento de proteção individual para profissionais e clientes/utentes, garantir que todos os profissionais destes equipamentos e clientes/utentes são submetidos ao teste de despistagem da Covid-19, além de que se deveria apostar na formação específica dos trabalhadores quanto a esta realidade. Agora, depois do desabafo, a homenagem a todas as IPSS, em especial às associadas da FAPPC. Só posso relevar, de forma genérica, o empenho, a dedicação e o inquestionável profissionalismo no desempenho da sua/nossa missão".
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