Levar o espírito solidário e voluntário das IPSS, simbolicamente representado pela CNIS na Festa e Chama da Solidariedade, ao distrito de Viana do Castelo conduziu a tocha solidária pelos 10 concelhos que formam o distrito, onde foi recebida com grande entusiasmo pelas instituições locais e também por todas os municípios. A inevitabilidade de uma relação forte entre IPSS e autarquias, em tempos de transferências de competências do Governo para as Câmaras Municipais, mas sobretudo as excelentes relações que existem entre as duas partes foi a tónica das intervenções da CNIS e das autarquias na dezena de iniciativas promovidas nos 10 concelhos, no âmbito da Chama da Solidariedade. Já na XV Festa da Solidariedade, no Jardim da Marginal, em Viana do Castelo, o presidente da CNIS, depois de lembrar que “o nosso lugar é junto dos que mais precisam”, defendendo que “é aí que devemos continuar, para que não fique ninguém para trás e todos sejam mais felizes”.
Ao longo de quatro dias o espírito solidário que faz viver as IPSS visitou o Alto Minho e a Chama da Solidariedade levou a sua luz e o seu calor a todos os concelhos do distrito de Viana do Castelo.
Foram quatro dias de muita animação, música e alegria, com a participação de centenas de idosos, crianças e pessoas com deficiência, os grandes alvos da ação das IPSS portuguesas.
De 20 a 24 de setembro, pelos 10 concelhos vianenses a Chama da Solidariedade uniu ainda IPSS e autarquias, afinal as duas entidades de maior proximidade às populações no que toca à ação social.
A cereja em cima do bolo foi a XV Festa da Solidariedade, que decorreu em Viana do Castelo, capital do distrito alto minhoto.
Pelo palco instalado no Jardim da Marginal passaram diversos grupos provenientes de várias IPSS, cantando, dançando e animando as hostes, casos do Grupo de Concertinas «Amigos da Borga», do Grupo Coral «Sol Poente», da Associação de Reformados e Pensionistas de Viana do Castelo (ARPVC), grupos de cantares e de dança da Santa Casa da Misericórdia de Bragança e grupos folclóricos e ainda o grande convidado do evento, o cantor minhoto Augusto Canário.
Com a chegada da Chama da Solidariedade ao Jardim da Marginal, escoltada pelo grupo de bombos da APPACDM Viana do Castelo, pólo Ponte da Barca, estava oficialmente aberta a XV Festa da Solidariedade.
O presidente da CNIS, padre Lino Maia, e a secretária de Estado da Inclusão, Ana Sofia Antunes, acenderam a tocha solidária, perante o aplauso de utentes, trabalhadores, dirigentes e autarcas.
Seguiu-se o momento mais institucional do evento, organizado pela CNIS, em parceria com a UDIPSS Viana do Castelo, com o padre Lino Maia a deixar elogios à governante, pelo conhecimento, reconhecimento e empenho que tem demonstrado ao Sector Social Solidário e agradeceu “a todos os autarcas presentes, porque foram inexcedíveis, desdobrando-se em simpatia e colaboração com a Chama da Solidariedade”.
Sublinhando o empenho de todos “ao serviço das pessoas”, o padre Lino Maia dirigiu uma palavra às IPSS, na pessoa dos seus dirigentes, trabalhadores e utentes: “Não há nada mais bonito do que esta vontade e esta capacidade de, com gratuitidade, servir voluntariosamente os outros, em especial os mais necessitados”.
“O Estado faz o que pode, pois também não tem uma árvore das patacas e, ainda assim, devemos pedir sempre mais, mas não podemos desistir perante as dificuldades, porque o nosso lugar é junto dos que mais precisam. E é aí que devemos continuar, para que não fique ninguém para trás e todos sejam mais felizes”, destacou o presidente da CNIS.
Por seu turno, secretária de Estado, depois de agradecer a “mobilização das pessoas no distrito em torno deste espírito de apoio às pessoas que mais precisam que a Chama da Solidariedade representa”, relevou três ideias: “Agradecimento, que é devido a todos os representantes e colaboradores das instituições, em especial pelo seu trabalho e empenho durante a pandemia; Parceria, pois o Estado pode procurar desenvolver as melhores políticas públicas, mas, como não está no terreno, se não tiver a capacidade de ouvir quem está mais próximo das pessoas e dos seus problemas, será muito difícil e, por isso, estamos a tentar fazer isso com os municípios e com a cooperação alargada com o Sector Social Solidário; e estímulo e confiança no futuro”.
Já o edil de Viana do Castelo, Luís Nobre, destacou o trabalho desenvolvido pelas IPSS ao longo de todo o ano, sublinhando três ideias: “Solidariedade, Inclusão e Obrigado às instituições que ajudam a garantir o bem-estar diário dos vianenses”.
TOCHA SOLIDÁRIA
A Festa da Solidariedade, juntamente com a tocha solidária, levou o espírito voluntário de servir o outro até ao distrito de Viana do Castelo, em mais uma iniciativa coroada de sucesso, a avaliar pelos sorrisos de todos quantos foram tocados por ele.
E esses foram não só os que marcaram presença no Jardim da Marginal, mas também por todos aqueles que participaram nas diversas iniciativas realizadas nos diferentes concelhos do distrito de Viana do Castelo.
Com passagem marcada por todos os concelhos do distrito, o facho solidário foi aceso em Arcos de Valdevez, numa cerimónia, no Parque de Exposições, em que marcaram presença todas as IPSS do concelho, facto notado pelo presidente da CNIS, no momento dos agradecimentos e elogios aos utentes, trabalhadores e dirigentes presentes.
João Esteves, presidente da Câmara Municipal de Arcos de Valdevez, mostrou-se entusiástico com o momento, agradeceu à CNIS, à UDIPSS e às instituições a mobilização e o trabalho que têm desenvolvido, reafirmando a disponibilidade da autarquia para “continuar a ajudar”.
A Chama seguiu para Ponte da Barca, onde foi recebida junto aos Paços do Concelho por um grupo de bombos da APPACDM local.
Após o almoço, em Ponte de Lima, diversas instituições locais reuniram-se no auditório Rio Lima para acolher a Chama da Solidariedade e assistir a dois momentos musicais que entusiasmaram a plateia.
A segunda etapa da Chama da Solidariedade 2022 pelo Alto Minho prosseguiu pelos concelhos mais a norte do distrito de Viana do Castelo e nos quais está delimitada a fronteira com Espanha.
Foi em Melgaço que a tocha solidária retomou a viagem.
Em representação da CNIS esteve, ao longo de todo o evento, Eleutério Alves, vice-presidente da CNIS, sempre acompanhado por Filomena Araújo, presidente da UDIPSS Viana do Castelo.
Em Melgaço, junto à Câmara Municipal, a Chama da Solidariedade foi recebida por dezenas de crianças, idosos e pessoas portadoras de deficiência, populações que as IPSS servem e ajudam a crescer e a envelhecer da melhor forma possível.
Depois dos discursos, a cargo de Filomena Araújo e de Diva Amaral, chefe de gabinete do presidente da autarquia, foi tempo de dançar, cantar e conviver, naquilo que foi uma manhã muito diferente do habitual para aquelas várias dezenas de utentes de algumas das instituições do concelho.
Dali, o facho da solidariedade seguiu para Monção, onde no Parque das Caldas, um parque idílico à beira-rio, dezenas de idosos e jovens portadores de deficiência, o acolheram calorosamente, antes de presenciarem a atuação musical a cargo da Universidade Sénior local e que terminou com um belo repasto em jeito de piquenique.
António Barbosa, edil de Monção, sublinhou a importância das IPSS, em especial dos seus trabalhadores e dirigentes, nos cuidados que prestam às populações mais vulneráveis, muitos deles que ali estavam a ouvi-lo.
Por seu turno, Eleutério Alves lembrou que a solidariedade e o voluntariado que move as instituições são dois sentimentos dos mais importantes que o ser humano pode sentir.
Já depois do almoço, a Chama da Solidariedade rumou a Valença, mais uma vez, recebida por diversas instituições sociais do concelho e ainda pela autarquia, na pessoa da vereadora Ana Paula Xavier, que detém, entre outros, o pelouro da Coesão Social e Habitação.
Também ali houve animação musical, que alegrou um pouco mais a diferente tarde que os utentes que ali se deslocaram viveram.
Na terceira etapa pelo distrito de Viana do Castelo, a Chama da Solidariedade visitou mais três concelhos do Alto Minho.
Vila Nova de Cerveira, Paredes de Coura e Caminha foram as localidades visitadas e onde muitos utentes, trabalhadores e dirigentes acolheram calorosamente a tocha solidária.
O terceiro dia da Chama pelo Alto Minho começou na Vila das Artes, com um cortejo composto por dezenas de crianças e alguns idosos, que, após um pequeno périplo pela localidade, terminou no jardim do auditório onde muitos idosos já esperavam pelo facho solidário.
Após os discursos oficiais, foi tempo de música e muita animação, que se prolongou até à hora de almoço.
Dali, a Chama da Solidariedade seguiu para Paredes de Coura, levando o espírito solidário das IPSS até ao Park Splash, onde muitos idosos, crianças e pessoas portadoras de deficiência esperavam.
O vice-presidente da CNIS, Eleutério Alves, sublinhou a importância de “autarquias e IPSS darem as mãos” para melhor servirem as populações, enquanto, pela Câmara Municipal, o vice-presidente Tiago Pereira da Cunha relevou o papel fundamental das instituições sociais, em especial durante a pandemia de Covid-19.
“Esperemos que este convívio seja o ponto de viragem de tudo o que temos passado nestes dois últimos anos”, afirmou o autarca.
Rumo ao litoral, a tocha solidária desaguou em Caminha, onde dezenas de crianças e idosos lhe fizeram uma espécie de guarda de honra.
Houve troca de elogios entre a CNIS e a autarquia, no momento institucional, mas, também, música e animação q.b., desta feita a cargo do cantor Augusto Canário, que durante muitos anos trabalhou em IPSS, junto de jovens portadores de deficiência, como fez questão de frisar.
Foram três dias de encontros e partilhas, de conhecimento e reconhecimento e de muita alegria e animação, que culminou, ao quarto dia, com a XV Festa da Solidariedade.
Ao cabo de 15 edições, há ainda cinco distritos que não acolheram a grande celebração da solidariedade social, a saber, e na mira de serem anfitriões em 2023, os distritos de Aveiro, Beja, Bragança, Leiria e Portalegre.
Até para o ano…
Pedro Vasco Oliveira (texto e fotos)
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