GRIPE DAS AVES

Governo recusa alarmismo

O Governo afirmou estar "atento", "preocupado" e "preparado" para responder a uma eventual propagação da gripe das aves, mas recusou qualquer tipo de alarmismo face à probabilidade da doença atingir em breve o território nacional. As posições foram assumidas em conferência de imprensa pelo ministro da Agricultura, Jaime Silva, e pelo secretário de Estado da Saúde, Francisco Ramos, no final da reunião do Conselho de Ministros, com ambos os responsáveis do executivo a acentuarem a ideia de que "Portugal não tem hoje qualquer problema sanitário".

Segundo o ministro da Agricultura, de forma a acautelar a possibilidade de algum foco ter surgido já em Portugal, foram já realizadas cerca de três mil análises em zonas de risco - áreas de passagem de aves migratórias e localização de grandes aviários -, "mas não se verificou um único resultado positivo".

Jaime Silva e Francisco Ramos disseram que o Governo tem já no terreno um grupo de acompanhamento para a gripe das aves e que, em breve, "estará concluída a revisão" do plano de contingência face à hipótese de Portugal ser atingido pela gripe das aves.

Entre outras medidas, segundo o ministro da Agricultura, Portugal já realizou um exercício de simulação, prevendo o abate de todas as aves num raio de três quilómetros e o isolamento da área em que se localizou o surto num raio de dez quilómetros. "Estamos preocupados mas tranquilos", porque "não há sinais de alarme" sublinhou o titular da pasta da Agricultura, considerando que Portugal, face à sua localização geográfica, "apresenta uma probabilidade mais baixa" de contágio do que muitos dos outros Estados membros da União Europeia.

O secretário de Estado da Saúde reconheceu a possibilidade de se assistir a prazo "a uma transmutação do vírus da gripe das aves, podendo causar uma pandemia de gripe humana".

"Mas estamos longe que essa probabilidade se verifique", acentuou, sustentando que essa transmutação do vírus "ainda não ocorreu em qualquer parte do mundo". Francisco Ramos adiantou que o plano de contingência na saúde "foi já validado" por cerca de cem pneumonologistas e que o país "está preparado para responder" a uma eventual pandemia.

O secretário de Estado da Saúde recusou ainda a existência de qualquer atraso na recepção de vacinas anti-vírus no caso de se verificar uma pandemia de gripe. Francisco Ramos afirmou que o Ministério da Saúde receberá o medicamento em três fases, tendo já sido concluída a primeira fase de entrega, seguindo-se a segunda no início de Janeiro e a terceira no início do segundo semestre de 2006. "Também o Reino Unido receberá a terceira tranche do medicamento no segundo semestre de 2006. Não há qualquer atraso a esse nível em Portugal", garantiu o membro do Governo.

2005.10.20 

 

Data de introdução: 2005-11-03



















editorial

Educação: o pilar da inclusão e da solidariedade

Desde a sua fundação, a CNIS tem vindo a afirmar que a educação é, antes de mais, um direito de todos e um fator determinante para a inclusão social. Nesta edição do Solidariedade, reafirmamos esse compromisso...

Não há inqueritos válidos.

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Acolhimento de Imigrantes apela ao nosso humanismo pátrio
A entrada de imigrantes, em Portugal, tem sido um dos assuntos mais presentes na agenda do país. Na abordagem política tem predominado mais a ideologia que a defesa incontornável da...

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

A responsabilidade política e a crise das urgências
Duas grávidas perderam, com um intervalo de uma semana, os seus bebés depois de procurarem uma resposta de urgência num hospital público.  Num dos casos, segundo o...