TERCEIRA IDADE

Novas tecnologias podem melhorar qualidade de vida dos idosos

A melhoria da qualidade de vida dos idosos portugueses passará, no futuro, pelas novas tecnologias, nomeadamente a robótica e a informática, defendeu, no Porto, uma especialista em gerontologia. Zaida Azevedo, professora do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto e especialista em Saúde Comunitária, afirmou que os idosos do futuro terão um grau de instrução muito mais elevado, sendo a robótica e a informática "soluções" para promover um envelhecimento activo.

"O futuro vai passar pela robótica, um instrumento que liga o idoso a uma rede, que permitirá saber se ele caiu e se necessita de ajuda", exemplificou aos jornalistas, no âmbito do II Congresso Nacional de Gerontologia, a decorrer até terça-feira na Universidade Fernando Pessoa. Segundo a especialista, também as novas tecnologias, nomeadamente da área da informática, permitirão ao idoso estar sempre acompanhado.

Zaida Azevedo lembrou que, noutros países, existem já redes virtuais sociais para idosos, que lhes permitem manter contactos com outras pessoas sem estar, no entanto, acompanhados. "A rede social do idoso é cada vez mais estreita, o que o deixa cada vez mais num mundo pequeno e agarrado a duas ou três motivações", lamentou, acrescentando que promover o envelhecimento activo passa por contrariar essa situação.

A especialista apontou o "baixo grau de escolaridade" da maioria dos idosos portugueses como o principal obstáculo para que estas pessoas consigam ter mais e melhor qualidade de vida. "No futuro, o grau de instrução dos idosos será muito mais elevado, o que lhes permitirá mexer num computador, aceder à Internet e perceber a técnica da robótica", frisou.

Zaida Azevedo salientou também que, no futuro, o idoso terá de se confrontar ainda com o facto de a própria família não ser numerosa, o que não lhe permitirá estar sempre acompanhado. Para a especialista, o mais importante é agora "preparar os idosos do futuro", fazendo com que "aprendam a envelhecer para que, quando chegarem a uma idade mais avançada, não rejeitem a velhice".

Além da necessidade de manter as actividades física, intelectual e social, Zaida Azevedo defendeu ser fundamental "mudar políticas", designadamente dar mais autonomia aos órgãos locais. "Há poucos sítios de convívio para idosos, é preciso fomentar o turismo sénior e tornear os constrangimentos financeiros", defendeu.

22.11.2005

 

Data de introdução: 2005-11-25



















editorial

VIVÊNCIAS DA SEXUALIDADE, AFETOS E RELAÇÕES DE INTIMIDADE (O caso das pessoas com deficiência apoiadas pelas IPSS)

Como todas as outras, a pessoa com deficiência deve poder aceder, querendo, a uma expressão e vivência da sexualidade que contribua para a sua saúde física e psicológica e para o seu sentido de realização pessoal. A CNIS...

Não há inqueritos válidos.

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Que as IPSS celebrem a sério o Natal
Já as avenidas e ruas das nossas cidades, vilas e aldeias se adornaram com lâmpadas de várias cores que desenham figuras alusivas à época natalícia, tornando as...

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

Adolf Ratzka, a poliomielite e a vida independente
Os mais novos não conhecerão, e por isso não temerão, a poliomelite, mas os da minha geração conhecem-na. Tivemos vizinhos, conhecidos e amigos que viveram toda a...