BUSS - BALCÃO ÚNICO DE SOLIDARIEDADE SOCIAL MORA EM WWW.BUSSOCIAL.ORG

As Instituições precisam de cultivar, também entre si, a Solidariedade

O BUSS - Balcão Único de Solidariedade Social, que nasceu em 2004 no âmbito do projecto Aveiro Digital, pretende ajudar as pessoas e instituições a serem mais solidárias, mesmo sem saírem de casa. Sendo certo que "toda a gente tem um pouco de solidário dentro de si", como referiu ao SOLIDARIEDADE Juan Carlos Martins, gestor do balcão, também é verdade que nem sempre há tempo para mostrar essa faceta. Agora, por um simples clique no "site" do BUSS, todos podem partilhar bens e serviços com quem precisa. O BUSS, que mora em www.bussocial.org, está à espera da sua visita.

Se dúvidas houvesse sobre a necessidade de se apostar na criatividade para desenvolver a solidariedade, num esforço cada vez maior de chegar aos mais desfavorecidos, o BUSS está a mostrar à saciedade que isso é possível. Nascido em 2004, no âmbito do projecto Aveiro Digital, só em 2005 entrou on-line. Envolveram-se nesta iniciativa a Betel (Associação de Beneficência, Educação e Tempos Livres) de Ponte de Vagos, a Cáritas Diocesana de Aveiro, a Delegação de Aveiro da Cruz Vermelha Portuguesa, o Centro Social Paroquial de Nossa Senhora de Fátima, a Rádio Terra Nova da Gafanha da Nazaré, a Obra da Providência e o Agrupamento n.º 588 do CNE, da mesma freguesia. 

Tendo como objectivos fundamentais estimular a partilha de bens e serviços, olhando sempre para os mais desfavorecidos da sociedade, o BUSS quer alargar o seu raio de acção muito para além das fronteiras iniciais. Pretende estender-se a todo o País, já que o meio de que se serve, a Internet, aproxima as pessoas e as instituições, garantiu ao SOLIDARIEDADE o gestor do projecto, Juan Carlos Martins, presidente da associação Betel.
Segundo aquele responsável, "este projecto nasceu para as pessoas não dizerem que não têm tempo" para partilharem o que têm com os que mais carentes. Móveis, géneros alimentícios, dinheiro, roupas, electrodomésticos, serviços, brinquedos, livros, material de escritório, tudo pode entrar no BUSS, de forma anónima, para ser entregue a pessoas e instituições necessitadas. 

O caminho a seguir é fácil de trilhar. Os interessados em entrar neste balcão social têm de se registar, sem qualquer custo, e a partir daí podem depositar as suas ofertas, na certeza de que os gestores saberão dar-lhes o encaminhamento correcto. Os doadores recebem depois um e-mail de agradecimento e de informação sobre o destino que foi dado à sua doação, informou Juan Martins. 

Em princípio, os doadores não indicam os possíveis destinatários das suas ofertas, mas também o podem fazer. E até podem informar, simplesmente, que eles próprios vão entregar o que registaram no balcão. De qualquer modo, tudo será resolvido, o mais depressa possível, porque a solidariedade não pode perder tempo. 

Até ao momento actual, os bens recebidos, na sua maior parte, seguiram para famílias pobres, bem conhecidas das instituições, não havendo o perigo de venda ou desvio, até porque, como sublinhou o nosso entrevistado, toda esta acção se processa na base da confiança e da credibilidade. "A credibilidade do projecto está na credibilidade das instituições e dos seus dirigentes, que são voluntários e que não estão à espera de agradecimentos, embora procurem, isso sim, uma satisfação pessoal no serviço que prestam aos outros", salientou. 

Por outro lado, o BUSS também quer cultivar, entre as pessoas e instituições, o gosto por dar e por ajudar, na base do anonimato. "Para quem oferece, basta saber e acreditar que vai ajudar alguém carenciado, através do balcão social, sem esperar nada em troca", disse Juan Martins.
E se há quem ofereça bens e serviços, também há quem se disponha a entregar as ofertas nas instituições ou famílias contempladas. Nessa linha, empresas de transportes disponibilizaram-se para levantar e transportar as dádivas até aos destinatários indicados pelo BUSS, nas áreas em que costumam operar. Entretanto, o balcão social vai implementar, em colaboração com as autarquias, o aproveitamento de bens que são atirados para o lixo, "só porque houve uma renovação da cozinha ou das salas e quartos", frisou Juan Martins. 

Para o gestor do BUSS, este projecto foi fruto de um sonho de Vasco Lagarto, director da Rádio Terra Nova, de aproveitar a Internet para tornar mais humana e mais solidária a globalização, oferecendo "uma ferramenta para apoiar as famílias mais carenciadas, mas também para que possa ajudar as pessoas a darem alguma coisa de si aos outros". O sonho quer que este "site" chegue "à casa de muitas famílias, tanto das que querem ajudar, como das que são ajudadas", porque não pretende "ficar apenas nas instituições que lhe deram o ser".
Juan Martins garantiu ao SOLIDARIEDADE que, "felizmente, já há autarquias e outras IPSS que se ofereceram para integrar o BUSS", o que é muito animador para o futuro deste balcão social, que não poderá contar, a partir de Junho de 2006, com os apoios da Aveiro Digital. Nessa linha, lança um apelo aos dirigentes das instituições de solidariedade social e outras, no sentido de enriquecerem, com os seus contributos e cooperação, esta rede social, que somente deseja tornar mais humana a vida de quem mais precisa. Aliás, defendeu, ainda, "que as instituições precisam de cultivar, também entre si, a solidariedade".

 

Data de introdução: 2006-02-01




















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